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Estabilidade financeira empresarial: importância, como ter, estratégias e quais ferramentas usar

Muitas empresas que estavam no topo do mercado hoje são apenas lembranças do passado — como Kodak, Blockbuster, Toys “R” Us e outras. A estabilidade financeira é o que separa as que resistem das que caem em crise. 

Isso porque as demandas do consumidor mudam, novas tendências de mercado surgem e a inovação se torna uma necessidade constante. Além disso, existem desafios como a pressão por adaptação tecnológica, a volatilidade econômica, o aumento da concorrência global e a necessidade de grandes investimentos.

Portanto, sem uma gestão financeira sólida, esses obstáculos podem ser fatais, levando corporações a um ciclo de endividamento e, eventualmente, à falência. Então, quer entender como alcançar a estabilidade financeira empresarial, mesmo em tempos de incerteza? Continue a leitura!

O que é estabilidade financeira?

A estabilidade financeira é a capacidade de uma empresa funcionar de forma regular e segura, independentemente das condições econômicas vigentes. Ou seja, isso significa conseguir:

  • pagar as contas em dia – isso inclui salários, fornecedores, impostos e outros compromissos financeiros;

  • investir no futuro – ter recursos para lançar novos produtos, expandir os negócios e inovar;

  • superar crises – enfrentar momentos de dificuldade, como quedas nas vendas ou aumentos nos custos;

  • manter a confiança dos investidores e clientes – evidenciar que a empresa é segura e confiável.

Por exemplo, as enchentes ocorridas no Rio Grande do Sul no 1º semestre de 2024 afetaram 194,5 mil empresas, conforme mapeamento da LifesHub. Porém, nem todas entraram ou entrarão em falência no curto prazo. 

Muitas desses negócios têm uma maior estabilidade financeira e conseguem enfrentar crises de forma mais eficaz. Isso se deve a fatores como:

  • maior porte e com maior faturamento – estas empresas geralmente possuem mais recursos financeiros e acesso a linhas de crédito, conseguindo lidar com dificuldades temporárias sem comprometer sua operação no longo prazo;

  • apoio de seguros – empresas que investem em seguros, como o seguro contra enchentes, têm proteção financeira em caso de desastres, podendo se recuperar mais rapidamente.

O que é instabilidade financeira?

A instabilidade financeira ocorre quando uma empresa tem dificuldades para gerenciar suas finanças. Os principais fatores que costumam causar instabilidade financeira em uma empresa são:

  • endividamento excessivo – quando uma empresa assume muitas dívidas sem ter recursos suficientes para pagá-las, ela arrisca entrar em dificuldades financeiras;

  • falta de lucros – se os investimentos feitos não gerarem retorno, a empresa pode não conseguir arcar com suas obrigações financeiras;

  • falta de planejamento estratégico – empresas que não antecipam crises ou não se preparam para cenários econômicos difíceis têm mais chances de enfrentar instabilidade financeira.

Isto é, imagine que as dívidas de uma empresa ultrapassam a capacidade dela gerar lucro e fluxo de caixa. Nesse cenário, a corporação pode ser incapaz de pagar suas contas, como salários, fornecedores e empréstimos.

Isso tende a levar a um ciclo de problemas financeiros, onde a empresa precisa contrair mais dívidas ou reduzir operações para funcionar. Ou seja, como as dívidas são geridas e validadas impacta diretamente a saúde financeira da organização.

É por esse motivo que muitas empresas investem no Seguro de Crédito, protegendo-se contra a inadimplência dos clientes. Afinal, 30% do custo mensal de metade das pequenas empresas é comprometido para pagar dívidas, segundo o Sebrae. 

Qual é a importância de ter estabilidade financeira na empresa?

A estabilidade financeira é importante para as empresas se manterem ao longo do tempo diante das mudanças no mercado, crises e outros desafios. Entenda:

Resiliência em momentos de crise

Empresas com finanças sólidas conseguem lidar com períodos desafiadores, como recessões econômicas ou mudanças tecnológicas. Por exemplo, a Kodak, apesar de seu passado inovador, teve dificuldades financeiras ao não acompanhar as transformações no mercado de câmeras digitais e smartphones.

Com isso, ela precisou ser reestruturada em 2012 — após 124 anos de existência. Diante disso, a lição que fica é: nenhum tempo de existência, pioneirismo ou expertise garante a sobrevivência de um negócio sem uma gestão financeira sólida.

Capacidade de investir em inovação

A estabilidade permite que os negócios alavanquem oportunidades e inovem constantemente. E olha, muitas vezes, inovar é uma questão de necessidade, não de escolha

Caso contrário, as empresas costumam perder espaço para concorrentes mais ágeis e tecnologicamente atualizados. Isso ocorreu com a Kodak, que não acompanhou a era digital, e com a Blockbuster, superada pelo streaming da Netflix.

Acesso a crédito e confiança do mercado

Com finanças organizadas, é mais fácil conseguir crédito em condições favoráveis e atrair investidores. 

Inclusive, corporações com altos índices de solvência — capacidade de pagar todas as suas dívidas a longo prazo — inspiram confiança em processos licitatórios. Isso aumenta as chances de permanecer na disputa e conquistar bons contratos

Flexibilidade para diversificar

Diversificar os investimentos é uma estratégia corporativa para mitigar riscos. Até porque depender exclusivamente de uma única fonte de receita ou mercado deixa sua empresa vulnerável a mudanças econômicas, concorrência ou crises setoriais.

Assim, empresas com uma base financeira estável têm maior liberdade para explorar novos segmentos. Por exemplo, e se você pudesse investir em tecnologias como inteligência artificial, sem comprometer a saúde financeira do seu negócio?

Quais são os indicadores de saúde financeira de uma empresa?

Manter uma empresa saudável financeiramente exige o acompanhamento de relatórios específicos que mostram como os recursos estão sendo geridos. Entre os principais indicadores, destacam-se:

Demonstrativo de Fluxo de Caixa

Este relatório analisa as entradas e saídas de dinheiro da empresa em um período. Ele ajuda a medir o fluxo de caixa, que pode ser:

  • positivo – quando a empresa termina o período com mais dinheiro do que começou;
  • negativo – quando as saídas superam as entradas.

Atenção: no fluxo de caixa, considere sempre a data em que o dinheiro efetivamente entra ou sai da conta, e não o momento do compromisso assumido.

Demonstrativo de Resultado do Exercício (DRE)

O DRE apresenta um panorama do desempenho financeiro da empresa, podendo ser elaborado mensal ou anualmente. Ele considera o regime de competência, ou seja:

  • as receitas são registradas na data em que o produto ou serviço foi entregue, mesmo que o pagamento ainda não tenha sido feito;

  • as despesas e custos são contabilizados quando os insumos são consumidos.

Ao final, o DRE mostra o lucro ou prejuízo do período, ajudando a entender a rentabilidade do negócio.

Balanço patrimonial

O balanço patrimonial revela o que a empresa possui e deve, proporcionando uma visão mais ampla da saúde financeira. Ele é dividido em:

  • ativos – o que está “guardado” na empresa, como estoque, valores em conta bancária e contas a receber;

  • passivos – obrigações, como dívidas, contas a pagar e impostos.

Esse relatório é fundamental para avaliar o equilíbrio entre recursos e responsabilidades da empresa.

Liquidez Corrente (LC)

A liquidez corrente avalia se a empresa consegue pagar suas obrigações de curto prazo com os recursos disponíveis. Para calcular, utiliza-se a fórmula:

LC = Ativo Circulante ÷ Passivo Circulante

  • Resultado maior que 1 – a empresa tem recursos suficientes;
  • Resultado menor que 1 – as finanças estão apertadas e exigem atenção.

Esse indicador reflete a capacidade de gerar caixa no curto prazo, mas deve ser analisado conjuntamente com o ciclo operacional da empresa.

Margem EBITDA

O EBITDA mede a eficiência operacional, excluindo fatores como juros, impostos, depreciação e amortização. A fórmula é:

EBITDA = Receita Total – Custos de Produtos Vendidos – Despesas Operacionais

É útil para entender o desempenho da operação, mas é importante controlar as despesas para evitar impacto negativo no lucro líquido.

Retorno sobre Investimento (ROI)

O ROI mede o retorno obtido com os investimentos realizados. A fórmula é:

ROI (%) = (Lucro Líquido ÷ Investimento) x 100

Um ROI positivo demonstra que o investimento foi eficiente. Utilize esse indicador para avaliar projetos e decisões estratégicas.

Quais são as principais ferramentas de gestão financeira?

Utilizar as ferramentas certas de gestão financeira pode ajudar a organizar as finanças, otimizar processos e tomar decisões mais estratégicas.

Software para controle de fluxo de caixa

O fluxo de caixa é uma das ferramentas mais básicas e indispensáveis para monitorar as entradas e saídas de dinheiro da empresa. Hoje em dia, além de planilhas, é possível contar com softwares modernos que automatizam o controle de movimentações financeiras. Isso viabiliza:

  • análise precisa do saldo disponível;
  • projeções financeiras;
  • planejamento de investimentos e pagamentos.

Esses sistemas são ideais para evitar erros manuais e obter informações em tempo real, auxiliando nas decisões estratégicas.

Controle de balanço patrimonial

Manter um balanço patrimonial atualizado é fundamental para acompanhar a saúde financeira do negócio. Essa ferramenta registra:

  • ativos – bens e direitos da empresa (como imóveis, estoque e dinheiro em caixa);
  • passivos – obrigações financeiras, como dívidas e contas a pagar.

Um balanço bem estruturado possibilita realizar auditorias, identificar oportunidades de melhoria e entender a real situação patrimonial da empresa.

Sistemas de cobrança automatizados

Pagar contas em dia e receber pagamentos corretamente ajuda em uma boa gestão financeira. Assim, sistemas de cobrança automatizados oferecem:

  • agendamento de pagamentos;
  • emissão de cobranças automáticas para clientes;
  • redução de atrasos e multas.

Essas ferramentas trazem agilidade, evitam erros humanos e ajudam a empresa a se manter conforme suas obrigações financeiras e legais.

Planilhas financeiras

Planilhas personalizadas são uma ferramenta acessível, principalmente para pequenas empresas. Com elas, é possível:

  • controlar contas a pagar e a receber;
  • monitorar indicadores financeiros;
  • gerenciar o fluxo de caixa;
  • analisar demonstrativos de resultado.

É possível encontrar planilhas prontas na internet. Entretanto, criar versões personalizadas para as necessidades do seu negócio pode aumentar a eficiência e o controle.

ERP (Enterprise Resource Planning)

O ERP é um sistema de gestão integrado que abrange diversos processos da empresa, incluindo o financeiro. Suas vantagens incluem:

Com um ERP, as informações financeiras ficam centralizadas, facilitando a análise e a tomada de decisões estratégicas.

Sistemas de pagamento

Para negócios que lidam com múltiplas formas de pagamento — como cartões de crédito, boletos e transferências bancárias — os sistemas de pagamento são aliados. Eles tornam possível:

  • registro automatizado de recebimentos;

  • integração com bancos e administradoras de cartões;

  • acompanhamento em tempo real por meio de plataformas on-line, como PayPal, PagSeguro e internet banking.

Essas soluções simplificam o processo de gestão de recebimentos e ajudam a manter o controle financeiro atualizado.

Como ter uma estabilidade financeira boa na empresa?

Para ter estabilidade financeira na empresa preciso adotar estratégias eficazes que envolvem desde o planejamento financeiro até o uso de tecnologias modernas. Confira: 

Planejamento financeiro

O planejamento financeiro é a base para garantir que a empresa tenha recursos suficientes para crescer e enfrentar desafios. Isso envolve:

  • previsão de receitas e despesas – estabeleça metas financeiras claras, prevendo fluxos de caixa e ajustando conforme necessário;

  • orçamento detalhado – crie um orçamento que considere todos os custos, desde operacionais até inesperados, e revise-o periodicamente;

  • metas de curto e longo prazo – determine objetivos financeiros em prazos diversos, garantindo o foco nas prioridades conforme o momento da empresa.

Por exemplo, uma empresa que enfrenta aumento repentino nos custos de matéria-prima durante alta demanda pode ter dificuldades financeiras sem um planejamento adequado. Afinal, ela seria pega de surpresa.

Gestão financeira eficiente

Uma boa gestão financeira envolve:

  • análise de indicadores financeiros – acompanhe métricas como rentabilidade, liquidez e retorno sobre o investimento (ROI) para tomar decisões informadas;

  • controle de fluxo de caixa – mantenha o fluxo de caixa organizado para garantir que a empresa tenha recursos disponíveis para honrar compromissos e investir em novas oportunidades;

  • auditorias regulares – realize auditorias internas para garantir que todos os processos financeiros estejam em conformidade e eficientes.

Redução de custos inteligente

Reduzir custos sem comprometer a qualidade ou o funcionamento da empresa pode aumentar a margem de lucro. Algumas estratégias incluem:

  • automatização de processos – use ferramentas que automatizem tarefas repetitivas, como faturamento e pagamentos, liberando recursos para outras áreas;

  • revisão de contratos e fornecedores – negocie melhores condições com fornecedores e avalie se algum custo fixo pode ser reduzido ou eliminado;

  • eficiência operacional – identifique áreas onde processos podem ser otimizados para reduzir desperdícios e aumentar a produtividade.

Porém, cuidado para não reduzir tantos os custos — a fim de garantir contratos em licitações, por exemplo — a ponto de tornar os preços inexequíveis. Nesse caso, o preço fica tão baixo que não cobre os custos de produção e operação.

Aumento de receita de forma sustentável

Aumentar a receita sem comprometer a qualidade ou o relacionamento com os clientes é importante para a saúde financeira. Algumas formas de fazer isso são:

  • diversificação de produtos ou serviços – ofereça novos produtos ou serviços que atendam melhor às necessidades do seu público-alvo;

  • expansão de mercados – considere explorar novos mercados, seja nacional ou internacionalmente, para aumentar a base de clientes;

  • melhoria na estratégia de vendas – invista em treinamento da equipe de vendas, técnicas de prospecção e relacionamento com o cliente para melhorar a conversão de leads.

Gestão de riscos financeiros

É essencial se preparar para os riscos financeiros que podem surgir, como variações no mercado ou crises econômicas. Para isso:

  • fundo de emergência – mantenha um fundo de reserva para enfrentar períodos de baixa receita ou imprevistos financeiros;

  • seguros empresariais – contrate seguros que protejam a empresa contra riscos de danos físicos, cibernéticos ou legais;

  • planejamento para crises – tenha um plano de contingência bem estruturado para lidar com eventos inesperados que possam afetar a saúde financeira.

Uso de tecnologia e Inteligência Artificial (IA)

A tecnologia e a inteligência artificial (IA) ajudam na estabilidade financeira ao trazer maior eficiência e insights mais precisos. Algumas vantagens incluem:

  • automatização financeira ferramentas de automação ajudam a simplificar processos como conciliação bancária, emissão de relatórios e projeções financeiras;

  • análise preditiva – algoritmos de IA podem prever fluxos de caixa, tendências de mercado e identificar oportunidades de redução de custos ou aumento de receita;

  • integração de sistemas – usar softwares integrados (como ERPs) permite uma visão holística das finanças, desde o controle de estoque até a gestão de vendas e investimentos.

Qual a importância do seguro empresarial para a estabilidade financeira de uma empresa?

O seguro empresarial protege contra perdas inesperadas e contribui diretamente para a estabilidade financeira do negócio. Desse modo, as empresas podem enfrentar crises com mais resiliência e continuar as operações com segurança.

Para você ter uma ideia, as contratações dos seguros para empresas cresceram 25% entre 2020 e 2022, durante a pandemia. Afinal, foi graças a este tipo de proteção que empresas conseguiram manter suas operações durante períodos de incertezas.

Por exemplo, em 2007, a Schincariol, uma das maiores cervejarias do Brasil na época, foi incendiada. Porém, a empresa tinha um seguro empresarial com ampla cobertura que minimizou os prejuízos. 

Conclusão

Conforme mencionado, manter a estabilidade financeira de uma empresa não é simples, mas é fundamental para garantir a sobrevivência e o crescimento a longo prazo.

Nesse contexto, o seguro empresarial pode proteger seu negócio contra imprevistos. Quer entender mais?

Leia nosso artigo Seguro Empresarial: o que é, como funciona, principais tipos e vantagens de contratar e veja como essa proteção pode manter sua empresa estável financeiramente. 

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