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GRIS ou gerenciamento de riscos: o que é e como ele é calculado?

Os riscos envolvidos no transporte de cargas são inúmeros e estão relacionados, sobretudo, à insegurança e aos altos índices de roubo de carga no país. Por essa razão, o GRIS é uma sigla fundamental no setor de transportes.

O gerenciamento de riscos é uma importante ferramenta de prevenção e de redução de danos nas operações de transporte. Sendo assim, ele é, inclusive, uma das condições de algumas seguradoras para contratação de seguros de carga, portanto, representa uma das taxas que precisam ser embutidas no valor do frete.

Quer saber mais sobre o que exatamente é GRIS, qual a sua importância e relação com o transporte e o seguro de carga, além de como ele deve ser calculado? Neste artigo, explicaremos todos esses detalhes. Acompanhe!

O que é GRIS – Gerenciamento de Riscos?

A sigla GRIS refere-se a gerenciamento de riscos e no setor de transportes é utilizada para denominar uma das taxas que compõem o valor do frete e que cobre os custos relacionados à segurança da operação

Segundo a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), o GRIS “tem a finalidade de cobrir os custos específicos decorrentes das medidas de combate ao roubo de cargas, notadamente as de prevenção de risco (segurança patrimonial de instalações, rastreamento de veículos, entre outros), redução de risco (ociosidade dos veículos determinada pela limitação do valor das mercadorias) e transferência de riscos (seguro de RCF DC), além dos custos de mão de obra aplicada a essas atividades”.

Logo, o objetivo do gerenciamento de riscos é garantir a implantação de medidas preventivas e, assim, reduzir os perigos inerentes à atividade de transporte de cargas, principalmente no que diz respeito ao roubo de cargas.

Desse modo, para implementar ações desse tipo, existem as empresas focadas em pensar e implantar estratégias para minimizar as ameaças existentes durante o transporte. Nesse sentido, as gerenciadoras de riscos, como a Buonny, oferecem soluções para assegurar que a carga chegue íntegra ao local previsto e impedir que ocorram problemas com o motorista ou com o veículo durante o trajeto.

GRIS e taxa Ad Valorem: qual é a relação?

Sendo um componente do valor do frete, o GRIS é parte do Ad Valorem, taxa que representa a soma das despesas que a operação representa para o transportador, além dos custos do seguro de carga. Portanto, assim como o Ad Valorem, o GRIS também é cobrado de forma percentual.

Quais são os custos envolvidos no GRIS?

Visto que se refere ao gerenciamento de riscos, o GRIS engloba uma série de aspectos e todos esses fatores devem ser considerados no cálculo do seu custo, assim como outros itens importantes. Agora, listaremos os custos a serem embutidos no cálculo. Confira!

Custos operacionais de gerenciamento de riscos

Para fazer o gerenciamento de riscos, a empresa de transporte tem vários custos operacionais. Assim, aqui há de se considerar, por exemplo, a mensalidade da gerenciadora de riscos contratada, bem como as despesas com consulta ao cadastro de motoristas, escoltas para cargas específicas, estacionamento etc.

Salários

A remuneração de todas as pessoas envolvidas na gestão de riscos também deve ser incluída no cálculo do GRIS. Dessa forma, estão nesse grupo os salários de quem faz o monitoramento de equipamentos de rastreamento e segurança, as obrigações sociais da empresa, horas extras, alimentação, plano de saúde, entre outros itens referentes à mão de obra.

Seguro de carga

Se a transportadora contar com um seguro de roubo ou RCF DC, para se proteger de prejuízos decorrentes de roubos ou furtos, esse valor também deve fazer parte do GRIS.

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Investimentos

O monitoramento e rastreamento da frota exige um alto investimento da empresa de transportes em equipamentos e dispositivos. Mas além da sua aquisição, há custos de manutenção, como taxas de habilitação e eventuais reparos.   

Quais fatores influenciam na taxa de GRIS?

Há outras variáveis que também podem influenciar na definição da tarifa do GRIS e que o transportador precisa ter em mente para não subestimar os custos ou perder fretes por cobrar uma taxa alta demais.

Tipo de produto e valor agregado 

O GRIS está diretamente relacionado ao tipo de mercadoria a ser transportada. Logo, o transporte de produtos com alto valor agregado é mais arriscado, pois essas mercadorias costumam ser muito visadas pelos criminosos, como produtos eletrônicos e pneus.

No entanto, uma carga de cigarros é algo também bastante visado e tem um risco maior que o transporte de um veículo, por exemplo. Por mais que esse segundo item tenha maior valor agregado, a primeira carga tem mais portabilidade e é fácil de revender, ou seja, é mais atrativa.

Possibilidade de identificação da mercadoria

A maior ou menor possibilidade de identificação das unidades transportadas, como lote ou número de série, também é um fator a ser considerado. Nesse caso, produtos com maior facilidade de serem identificados têm menos chances de serem roubados.

Possibilidade de comercialização

Como citamos no exemplo anterior, cigarro é um produto que costuma ser visado também pelo fato de ser muito fácil de se revender uma carga desse tipo no mercado negro. Portanto, a possibilidade de revenda de uma obra de arte, por exemplo, é muito menor, o que faz com que o risco de transporte seja menor nesse sentido e o GRIS reduzido.

Risco do trajeto

O grau de risco da região da rota que o transportador percorrerá com a mercadoria também deve ser considerado. O Brasil é um país de grandes extensões e existem regiões nas quais o risco de roubo é muito maior em comparação a outras.

Como calcular o GRIS? 

O GRIS é representado por um percentual sobre o valor da Nota Fiscal, independentemente da distância a ser percorrida, e sua forma de cobrança é uma porcentagem sobre o valor das mercadorias expresso na nota.

Para calcular o GRIS na prática, o aconselhável é que se utilize um raciocínio similar ao utilizado no cálculo da taxa Ad Valorem. Isso significa que é necessário multiplicar o valor total da mercadoria pelo percentual do GRIS. 

Na sua planilha referencial de custos do transporte de carga, a Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística recomenda a utilização do valor referência de 0,30% para a realização do cálculo referente ao GRIS. 

Contudo, considerando todos os fatores que citamos, é possível aumentar ou reduzir esse percentual para atingir um valor justo e vantajoso, tanto para o transportador quanto para o embarcador.

Por que o gerenciamento de riscos é fundamental no transporte de cargas?

De acordo com os dados levantados pela NTC&Logística, em 2019, o Brasil registrou mais de 18 mil ocorrências de roubos e furtos de carga. As perdas somaram um total de R$ 1,4 bilhão em prejuízos para o setor no país.

Embora algumas regiões tenham registrado uma diminuição nessa estatística em 2020, a insegurança continua sendo um dos principais desafios das empresas que transportam bens e mercadorias nas estradas nacionais. 

Nesse cenário, é fundamental investir em ações estratégicas de prevenção — e essa é, justamente, a finalidade do gerenciamento de riscos.

Qual é a relação entre o gerenciamento de riscos e o seguro de carga?

Associado ao gerenciamento de riscos, a contratação de um seguro de carga é parte essencial de uma gestão inteligente e focada em evitar danos ou amenizar perdas. Inclusive, existe uma modalidade voltada especificamente para ocorrências de furto ou roubo de bens e mercadorias: o RCF DC ou Seguro de Responsabilidade Civil Facultativa do Transportador Rodoviário.

Em função da sua importância para a segurança das operações de transporte, o gerenciamento de risco está entre as condições para a contratação do RCF DC. Isso significa que, para garantir a cobertura da apólice, o contratante pode precisar cumprir certas exigências relacionadas a alguns itens, como:

  • Cadastro e consulta de motoristas;
  • Horário do transporte;
  • Rastreamento e monitoramento;
  • Localização da carga;
  • Escolta armada.

A vantagem é que, ao contratar o seguro contra roubo de carga, o transportador fica protegido em situações de perda total ou parcial decorrentes de furto, estelionato, extorsão (simples ou sequestros) e apropriação indevida. Além disso, como vimos, o custo da apólice do RCF DC é embutido no GRIS e, portanto, considerado na definição do valor total do frete.

Dessa forma, a empresa que realiza a movimentação consegue repassar os seus custos com a segurança do transporte e, caso um sinistro desse tipo venha a acontecer, garante-se a indenização de eventuais perdas e danos para evitar prejuízos aos negócios.

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