Atualmente, com a valorização cada vez maior dos pilares ESG (Environmental, Social and Corporate Governance), questões relacionadas à sustentabilidade e ao meio ambiente se tornam ainda mais relevantes para os negócios. E como empresas de diferentes segmentos e portes estão expostas a riscos ambientais, o tema merece atenção especial de empreendedores e gestores.
Estar informado sobre o assunto é fundamental para atuar na prevenção e na mitigação de possíveis prejuízos que possam ser ocasionados em função de riscos ambientais. Você sabe o que são exatamente essas ameaças e qual o impacto que podem gerar?
Neste artigo, trataremos sobre essa temática, pontuando as diferentes categorias existentes — os cinco tipos de riscos ambientais — e descrevendo também as melhores formas de se precaver. Acompanhe!
O que são riscos ambientais?
Consideram-se riscos ambientais aqueles causados por agentes nocivos que estão presentes em ambientes de trabalho e que podem causar danos à saúde do trabalhador e/ou ao meio ambiente, sobretudo por conta da sua natureza, concentração, intensidade ou tempo de exposição.
Via de regra, esses agentes podem ser de diferentes tipos – físicos, químicos ou biológicos. Mas, hoje em dia, também costumam ser incluídos nessa lista agentes ergonômicos e de acidentes.
Quando tratamos sobre riscos ambientais, é comum pensar que eles estão limitados a setores específicos, como o da construção civil e o da saúde, por exemplo. No entanto, é importante saber que eles estão presentes nos mais diversos segmentos e também em operações que podem parecer simples e livres de maiores ameaças.
Mesmo negócios que não trabalham com produtos perigosos, por exemplo, têm potencial para danos ambientais. Basta pensar, por exemplo, que vazamentos ou descartes inadequados podem prejudicar a qualidade do solo e da água e afetar as comunidades do entorno do local.
Quais os 5 tipos de riscos ambientais?
Os riscos ambientais são classificados conforme a natureza do seu agente causador e costumam ser identificados por diferentes cores. A norma ISO 14001 ajuda as empresas a melhorarem seu desempenho ambiental através de mais eficiência na utilização dos recursos e da redução dos resíduos. Nesse sentido, segundo a Norma Regulamentadora nº 5 (NR-5) da Portaria nº 3.214 do Ministério do Trabalho de 1978, existem cinco tipos de riscos ambientais, que aprofundaremos a seguir.
1- Riscos de acidentes
Nessa categoria, identificada pela cor azul, se enquadram quaisquer fatores que possam colocar o trabalhador em situação vulnerável e afetar a sua integridade e o seu bem-estar físico e psíquico. Como exemplo, podemos citar:
- Uso de máquinas e equipamentos sem a devida proteção;
- Possibilidade de incêndio e explosão;
- Armazenamento ou arranjo físico inadequado de produtos;
- Ferramentas defeituosas;
- Outras situações que contribuem para a ocorrência de acidentes.
2- Riscos ergonômicos
Os riscos ambientais ergonômicos são aqueles que podem interferir nas características psicofisiológicas do trabalhador, causando desconforto ou afetando a sua saúde. Eles são representados pela cor amarela e identificados por meio da Análise Ergonômica do Trabalho (AET). Entre eles, estão:
- Levantamento de peso;
- Ritmo excessivo de trabalho;
- Monotonia e repetitividade;
- Manutenção de postura inadequada;
- Exigência de esforço físico intenso;
- Jornadas de trabalho prolongadas;
- Controle rígido de produtividade.
3- Riscos físicos
Os agentes de riscos físicos são identificados pela cor verde e consistem nas diferentes formas maléficas de energia às quais podem estar expostos os trabalhadores:
- Frio e calor;
- Pressão;
- Umidade;
- Ruídos;
- Radiações ionizantes e não-ionizantes;
- Vibrações.
Os valores limites de tolerância de cada um desses agentes são indicados na norma regulamentadora.
4- Riscos químicos
Trata-se dos riscos provocados por substâncias, compostos ou produtos que podem penetrar no organismo por via respiratória sob forma de poeira, fumo, gases, neblinas, névoas ou vapores.
Ainda, também podem, pela natureza da atividade e da exposição, ter contato ou ser absorvidos pelo organismo através da pele ou por ingestão. O limite de exposição varia conforme a toxicidade do agente químico. A cor de identificação dessa categoria é o vermelho.
5- Riscos biológicos
Este tipo de risco ambiental é identificado pela cor marrom e são riscos causados por agentes como bactérias, fungos, parasitas, vírus, protozoários e outros microorganismos que podem ser prejudiciais.
Quais impactos os riscos ambientais podem causar?
Infelizmente, os riscos ambientais podem causar perdas de diferentes tipos – o que pode envolver, inclusive, sérios danos à vida e/ou à saúde das pessoas afetadas.
Além disso, independentemente da proporção que atingem, é fato que essas ameaças ocasionam diversos custos para o negócio e, dependendo da sua dimensão, podem até causar prejuízos financeiros irreparáveis.
Esses gastos podem envolver, por exemplo, limpeza e remediação do local, defesa em processo judicial, investigação e monitoramento, além de altas indenizações por danos a terceiros.
Como se prevenir de riscos ambientais?
Sendo assim, é essencial que as empresas invistam em mecanismos tanto de prevenção quanto de mitigação de possíveis prejuízos relacionados aos riscos ambientais.
Para garantir que o mínimo seja feito em relação aos cuidados para evitar situações perigosas, a legislação obriga as empresas com funcionários a terem um Programa de Prevenção de Riscos Ambientais (PPRA). Estão isentos dessa obrigação apenas os empreendimentos sob forma de MEI, ME e EPP.
O PPRA tem a finalidade de estabelecer medidas que visem a eliminação, redução ou controle dos riscos ambientais em prol da integridade física e mental do trabalhador. Nesse sentido, a Norma Regulamentadora 9 determina os parâmetros mínimos e diretrizes gerais para a elaboração do programa.
No entanto, além de conceber um PPRA, existem outras medidas que devem ser tomadas a fim de minimizar ameaças e reduzir danos. Normalmente, são descritas quatro etapas de prevenção e controle de riscos ambientais:
- Antecipação: envolve a análise de projetos de novas instalações, métodos ou processos de trabalhos ou até mesmo de modificações em espaços ou dinâmicas já existentes. A sua finalidade é identificar riscos potenciais e introduzir ações de proteção para reduzi-los ou eliminá-los. O uso de tecnologias seguras e limpas, de materiais e produtos menos nocivos e a manutenção de um local adequado são pontos importantes dessa etapa.
- Identificação: o reconhecimento de agentes nocivos é essencial, pois possibilita que, em cima disso, se faça um planejamento e se defina as melhores estratégias de controle. Isso exige o conhecimento sobre os produtos envolvidos na operação, os métodos de trabalho, fluxos, layout das instalações, equipes etc.
- Avaliação: nessa etapa se faz um dimensionamento dos riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores decorrentes das fontes de riscos identificadas no ambiente de trabalho. Deve ser feita uma análise sistemática de todos os aspectos para mapear o que pode causar lesões ou danos e identificar a possibilidade de eliminação dos perigos e as medidas possíveis de proteção e controle dos riscos.
- Prevenção e controle: desenvolvimento e implementação de estratégias para reduzir a níveis aceitáveis ou eliminar a presença de agentes de riscos ambientais.
Gestão de riscos ambientais: principais ações para prevenção e redução de prejuízos
Depois de tudo que foi exposto até aqui, muito provavelmente, você esteja se perguntando como pode agir de forma prática para prevenir os riscos ambientais e reduzir prejuízos que eles possam vir a causar, caso algum imprevisto aconteça.
Por essa razão, pontuamos aqui três ações básicas de gestão de riscos ambientais, consideradas cruciais para a proteção efetiva dos negócios em relação aos diferentes agentes existentes. Confira!
Mapear riscos
Antes de mais nada, a empresa precisa estar consciente da necessidade de prevenção e, portanto, o mapeamento dos riscos existentes é o primeiro passo.
Isso significa que não basta somente respeitar as normas e estar em conformidade com a legislação, é necessário fazer uma análise aprofundada de processos, práticas e equipamentos para compreender a exposição do negócio a potenciais ameaças.
Investir em prevenção
Após identificar os principais riscos ambientais aos quais a empresa está exposta, parte-se para a ação propriamente dita – não sem antes pensar estrategicamente em quais medidas serão mais efetivas para reduzir o máximo possível os perigos existentes.
Esse planejamento deve incluir medidas para minimizar os diferentes tipos de riscos encontrados, por exemplo:
Riscos de acidentes
- Manutenção de máquinas para garantir maior segurança de operacionalidade;
- Uso de equipamentos de segurança, respeitando as orientações do fabricante e dos órgãos públicos;
- Treinamentos e atualizações para a utilização de máquinas com foco em segurança do trabalho;
- Monitoramento constante das práticas de produção.
Riscos ergonômicos
- Ajuste espacial do ambiente de trabalho;
- Adequação produtiva da operação;
- Valorização do bem-estar dos colaboradores;
- Flexibilidade em relação a metas e produtividade.
Riscos físicos
- Realização de mudanças ou adaptações no ambiente, conforme necessidade;
- Substituição de máquinas ruidosas;
- Controle de temperatura;
- Utilização de roupas e/ou equipamentos especiais.
Riscos químicos
- Estabelecimento de medidas efetivas de controle;
- Disseminação de conhecimento sobre os elementos químicos utilizados na produção;
- Uso de mecanismos de proteção para evitar contato direto das pessoas com os compostos.
Riscos biológicos
- Higienização adequada do ambiente de trabalho em qualquer circunstância – não apenas para centros de pesquisa ou hospitais, mas para todas as empresas.
Contar com um Seguro Ambiental
Por fim, mas não menos relevante, o Seguro RC Ambiental é considerado, atualmente, uma importante ferramenta de gestão de riscos ambientais e, assim, deve fazer parte de um plano de gerenciamento eficaz nesse sentido.
Além de ajudar o segurado a criar um programa para os riscos específicos da operação daquela empresa, o Seguro Ambiental oferece proteção em relação a possíveis incidentes que podem ocorrer em operações comerciais, industriais, de infraestrutura, de transporte, de prestação de serviços ou em obras.
É necessário lembrar ainda que as leis relacionadas a responsabilização civil determinam que, em caso de prejuízos ao meio ambiente e a terceiros, o causador dos danos deve indenizá-los.
Logo, uma apólice desse tipo pode indenizar prejuízos relacionados aos mais diversos custos – desde limpeza até investigação e monitoramento do local afetado – e trazer proteção ao empreendimento por danos ao meio ambiente e também a terceiros. Em um contexto crítico, isso pode ser fundamental para a sobrevivência do negócio.
o conteudo e extremamente importante pois ajuda e despertar sobre os riscos e tomar devidas medidas preventivas