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Análise de crédito: como é feita e quais são os tipos? Entenda a importância!

Por mais que um negócio tenha uma boa situação financeira, é muito importante ter garantido o acesso a financiamentos e empréstimos, que podem vir a ser necessários em diferentes cenários. Manter essa porta aberta pode ser uma ação estratégica em momentos decisivos – e é por isso que é fundamental ter conhecimento sobre análise de crédito.

Essa avaliação é o que determina o acesso de pessoas e empresas ao crédito e também o que estabelece as condições sob as quais este será concedido.

Recorrer a instituições financeiras para obter recursos pode ser essencial não apenas para melhorar o capital de giro, mas também para fazer investimentos. Por isso, todos os empreendedores deveriam se aprofundar nesse tema.

Neste artigo, abordaremos a análise de crédito, os tipos existentes, o seu funcionamento, importância e quais itens podem aumentar as chances de sucesso na hora de solicitar crédito.

O que é análise de crédito?

Trata-se de um processo minucioso de investigação por meio do qual credores avaliam o risco associado à concessão de crédito a um indivíduo ou a uma empresa.

Sendo assim, é uma forma de proteção para as instituições financeiras que, dessa forma, concedem recursos a clientes que terão capacidade de pagar, minimizando o risco de inadimplência.

A análise de crédito é realizada em situações como solicitação de financiamento e de empréstimos e também na contratação de cartão de crédito, por exemplo. Ao fazer esse tipo de requerimento a pessoa física ou jurídica “autoriza” a instituição financeira em questão a pesquisar o seu histórico. 

Ademais, é importante saber que antes da análise não existe garantia de liberação do crédito, ou seja, essa avaliação dos critérios definidos pelo banco ou pela instituição para a concessão de recursos é crucial para a aprovação.

Qual é a importância da análise de crédito?

A principal finalidade da análise de crédito é a proteção da instituição que concederá os recursos ao solicitante, seja ele indivíduo ou empresa. Ao conhecer o seu perfil financeiro, a organização consegue avaliar se ele terá ou não condições de pagar pelo valor concedido.

Além disso, a análise, além de determinar se a decisão da instituição será favorável à concessão do crédito, também ajuda a definir o valor a ser liberado, as taxas de juros da operação e o número de parcelas que será oferecido para o pagamento do montante. 

Por outro lado, consequentemente, essa avaliação também acaba por ser benéfica para quem está solicitando o crédito, pois, teoricamente, evita, por exemplo, que o negócio faça um empréstimo que, posteriormente, terá dificuldades para pagar.

Logo, além de reduzir os riscos de inadimplência, a análise também evita o superendividamento de consumidores e de negócios.

Quais são os tipos de análise de crédito?

Existem basicamente duas tipologias de análise de crédito, baseadas na natureza do solicitante – se for pessoa física ou jurídica. A seguir abordaremos cada um dos tipos com mais detalhes.

Análise de crédito para pessoa física

A análise de crédito para pessoa física é feita para qualquer operação de crédito – pedido de cartão de crédito, aumento do limite do cartão, empréstimo, financiamento de um carro ou de uma casa etc. – solicitada por um indivíduo.

Para realizar essa avaliação, são importantes informações como dados pessoais (como CPF, estado civil, idade, escolaridade e endereço), renda, restrições no nome e perfil de crédito. 

Análise de crédito para pessoa jurídica

Já a análise de crédito para pessoa jurídica é realizada sempre que uma empresa solicita crédito no mercado – em empréstimos ou financiamentos. 

Da mesma forma que acontece com pessoas físicas, algumas informações são consideradas. Nesse caso, dados cadastrais do negócio, histórico de falência, dívidas, receita, valor do lucro líquido e perfil de crédito da empresa.

Quais são as formas de análise de crédito existentes?

Em primeiro lugar, é importante mencionar que a análise de crédito pode ser feita de forma manual ou automatizada. Na primeira, realiza-se a consulta de documentos e dados do cliente a partir de fontes externas, como órgãos de proteção ao crédito, bancos e cartórios. 

Já na automatizada são utilizados sistemas informatizados que pegam as informações do solicitante e submetem a critérios pré-definidos para gerar um resultado, normalmente, em poucos segundos. 

Além disso, também existem variados modelos que são utilizados para fazer essa avaliação, ou seja, abordagens distintas que buscam dar conta de analisar a probabilidade da pessoa ou empresa pagar os seus débitos. A seguir, conheceremos alguns dos principais.

Modelos julgamentais

Estes modelos apresentam uma abordagem que tem como base a experiência de analistas de crédito de instituições financeiras para a avaliação da capacidade de um indivíduo ou empresa de honrar com os seus compromissos financeiros. 

Sendo assim, não utiliza processos empíricos e envolve padrões tradicionais de análise de crédito. Isso inclui a avaliação de referências bancárias, histórico de pagamentos e aplicações do mutuário, além de vivências anteriores com requerentes semelhantes para regular a aprovação de crédito.

Questões subjetivas também determinam a decisão – estabilidade da organização, reputação e situação econômica, por exemplo. O modelo também pode considerar fatores qualitativos para analisar se o seu perfil do requerente converge com a política de crédito da instituição.

Modelos estatísticos

Os modelos estatísticos fazem parte de outra categoria de análise e são quantitativos. Neste caso, utilizam dados estatísticos para tentar prever o risco de inadimplência do mutuário. Para tanto, realizam cálculos com base em dados históricos de crédito e outras variáveis financeiras do mutuário.

Entre os métodos estatísticos mais conhecidos, está o score de crédito, que nada mais é do que uma pontuação calculada com base em diferentes fatores e atribuída a um cliente.

Quanto mais alta a pontuação que ele atingir, maior a probabilidade de que consiga honrar com as suas obrigações e, portanto, menor o risco do credor.

Por fim, no modelo estatístico existem diferentes abordagens, como a generalista e a customizada. No primeiro caso, costuma-se usar machine learning, os modelos são baseados em diversos dados e aplicáveis a uma ampla variedade de situações. 

Já a abordagem dos modelos estatísticos customizados é direcionada para atender necessidades específicas de uma instituição ou empresa. Logo, são desenvolvidos a partir de dados históricos e características específicas do cliente, exigindo análise mais criteriosa. Contudo, conseguem captar detalhes que escapam ao modelo generalista e, por isso, são mais precisos.

Modelos pré-configurados

As instituições também podem contratar ferramentas baseadas em modelos pré-configurados, que estão prontos para o uso e exigem pouca ou nenhuma personalização. 

Essas soluções costumam ser desenvolvidas por especialistas em análise de crédito e tem como base algoritmos estatísticos e de machine learning treinados com dados históricos. Esses modelos têm implementação rápida e oferecem uma avaliação objetiva dos requerentes.

Em que situações é feita a análise de crédito?

Como já mencionamos, a análise de crédito é realizada por parte das instituições financeiras diante de qualquer operação que envolva a concessão de crédito. Isso inclui empréstimos, financiamentos, crediários, abertura de conta bancária, limite de cheque especial e contratação ou aumento do limite do cartão de crédito.

Ainda, no caso de pessoas jurídicas, podem existir outros contextos nos quais são realizadas avaliações de perfil e histórico de empresas. Entre elas, podemos citar a verificação de fornecedores e parceiros antes da assinatura de contratos. Nesses cenários, o objetivo é compreender se o fornecedor ou o parceiro é confiável e se o negócio é seguro.

Como é feita uma análise de crédito?

O modo como o processo de análise de crédito é realizado dependerá da instituição credora em questão e, como vimos, dos modelos que serão utilizados para essa avaliação. De qualquer modo, a maioria tem como procedimento padrão inicial a solicitação de informações básicas – ou seja, dados pessoais e/ou empresariais – para análise cadastral. 

No caso de análise de crédito para empresas, o cadastro inclui informações de identificação de pessoas físicas e jurídicas envolvidas, de bens da empresa e dos sócios, da situação econômico-financeira do negócio etc.

A partir disso, a instituição realiza uma consulta para entender se a empresa está devidamente regularizada, se existem pendências financeiras ou judiciais e se há histórico de falência etc. Relacionamento com clientes e fornecedores e com a concorrência também podem ser considerados. 

Com base nesses dados, é aplicado o modelo e/ou ferramenta utilizado pela instituição para avaliar se o negócio terá capacidade de honrar o compromisso e qual é o risco de inadimplência para o credor.

Após a finalização da análise de crédito, a instituição conta com as informações necessárias sobre o mutuário e pode definir e, caso este seja aprovado, apresentar as condições da operação – valor, prazo, taxas e tarifas. Dessa forma, o requerente escolhe a opção que melhor se adapta ao seu orçamento e a transação é realizada.

Por fim, cabe mencionar que as informações financeiras são confidenciais. Portanto, a análise de crédito só pode ser feita com a autorização do cliente, o que significa que o interessado deve consentir para que uma instituição realize consultas sobre o seu perfil de crédito.

O que fazer para melhorar o crédito?

Para ter sucesso na análise de crédito, em primeiro lugar, uma empresa não deve ter receio de apresentar a sua documentação para o credor, com itens completos e informações relevantes.

Ainda que se encontre em um momento delicado, é importante demonstrar que o negócio fará bom uso do crédito e tem intenção de honrar o compromisso assumido.

Além disso, alguns outros pontos são fundamentais para uma empresa melhorar a sua análise de crédito:

  • Ter uma boa organização financeira;
  • Manter o pagamento de contas em dia;
  • Ter um histórico que comprove que o negócio honra com as suas obrigações;
  • Conservar um bom relacionamento no meio em que atua – com clientes, mercado e fornecedores.

Conclusão

Indivíduos e empresas podem precisar recorrer ao crédito em diferentes situações e, por essa razão, é importante entender como as instituições financeiras atuam nesse âmbito.

A análise de crédito é um procedimento que determina o acesso de pessoas físicas e jurídicas ao crédito, além de definir as condições sob as quais este será concedido.

O processo é essencial para avaliar os riscos de inadimplência e proteger as instituições. Por outro lado, também evita que empresas ou pessoas criem obrigações que não conseguirão honrar e fiquem endividados.

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