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Cooperativa de seguro: como funciona, tipos de proteção e o que diz a Lei Complementar 213/25?

Como realmente funciona uma cooperativa de seguro? Vale a pena? Existem riscos?

No Brasil, esse tema acaba gerando algumas dúvidas, sobretudo naqueles que querem ser membros de uma cooperativa, mas não sabem ao certo como funciona o processo de se tornar um cooperado e ainda tem receios sobre se isso é seguro.

Bem, até pouco tempo, não existia uma regulamentação que garantisse um funcionamento uniforme e seguro dessas cooperativas. No entanto, isso mudou com a recente sanção da Lei Complementar 213. Essa aprovação aconteceu em janeiro de 2025.

Esse é só um dos detalhes que abordamos neste artigo, então continue lendo para ficar por dentro do assunto.

O que é uma cooperativa de seguro?

Uma cooperativa de seguro é uma associação de pessoas que se unem para proteger bens e interesses em comum — e são esses membros que elegem os representantes que administram a cooperativa.

Diferente de uma seguradora, que visa lucro, uma cooperativa de seguros tem como objetivo principal a ajuda mútua entre os membros. Esses associados, afinal, são os próprios clientes da cooperativa.

Como funciona uma cooperativa de seguros?

A essência de uma cooperativa de seguros é que ela funciona de maneira colaborativa e democrática, mas… na prática, como isso acontece?

Bem, para aderir, as pessoas interessadas se tornam membros da cooperativa pagando uma taxa de adesão e contribuindo com um valor periodicamente. E este é um ponto que se deve ter em mente: os associados da cooperativa compartilham os riscos entre si.

Essas contribuições financeiras mensais são utilizadas para formar um fundo comum, que é administrado pela cooperativa para pagar sinistros e cobrir despesas operacionais.

Uma cooperativa pode oferecer diversas proteções, como seguro de vida, automóvel e residencial. Os membros, é claro, escolhem as coberturas que melhor atendem às suas necessidades.

E o que acontece quando um cooperado enfrenta um sinistro?

Nesse tipo de situação, ele apresenta uma reivindicação à cooperativa: se a reivindicação for validada, a cooperativa usa o fundo comum para pagar a indenização ao membro. 

Qual é a melhor cooperativa?

Não tem uma resposta única para qual é a melhor cooperativa de seguros. Isso, afinal, depende das necessidades específicas de cada pessoa.

Apesar disso, no Brasil, algumas cooperativas de seguro são bastante reconhecidas pela qualidade dos serviços que oferecem. Por exemplo, a Unimed é uma das cooperativas de saúde mais conhecidas e respeitadas. Ela oferece uma ampla gama de planos de saúde.

O ponto é:

Para encontrar a melhor cooperativa de seguro para você, considere a cobertura oferecida, a reputação da cooperativa, a qualidade do atendimento ao cliente e os custos. 

Nesse sentido, o mais recomendado é comparar diferentes opções e ler avaliações de outros membros para tomar uma decisão informada. Isso vai evitar dor de cabeça no futuro.

Qual a diferença entre seguradora e cooperativa?

As duas, tanto a seguradora quanto a cooperativa de seguro, oferecem proteção financeira. Isso é o que elas têm em comum. Porém, diferem entre si de algumas formas. 

Seguradoras

As seguradoras são empresas com fins lucrativos. Esse aspecto, inclusive, já destacamos lá no começo do texto. Além disso, elas são de propriedade de acionistas que buscam retorno sobre seu investimento. 

É por isso que, nessas empresas, as decisões são tomadas pelo conselho de administração e executivos, focados em maximizar os lucros e atender aos interesses dos acionistas. 

Os prêmios (aquele valor que se paga para contratar um seguro) são calculados com base em estatísticas, probabilidades e análises de risco detalhadas. 

Por outro lado, as cooperativas de seguros…

Cooperativas de seguros

Como falamos, as cooperativas de seguros são organizações sem fins lucrativos. Isso, de cara, já a diferencia das seguradoras.

Mas há outras características, como o fato de elas serem formadas e pertencentes aos próprios membros — e, como já citamos, eles elegem os representantes para administrar a cooperativa e participam ativamente das decisões referentes a ela.

Diferentemente das seguradoras, as cooperativas calculam os valores das taxas com base nos custos operacionais e nas necessidades dos cooperados. Isso serve para garantir preços justos e acessíveis.

Porque o seguro de cooperativa é mais barato?

O seguro de cooperativa tende a ser mais barato devido à estrutura sem fins lucrativos dessa entidade. Nesse sentido, elas têm uma estrutura administrativa mais enxuta, então isso reduz os custos operacionais.

Como abordado, ao contrário do que acontece nas seguradoras, que buscam maximizar lucros para acionistas, as cooperativas de seguros operam focadas no bem-estar dos seus membros. 

Ou seja: isso permite que elas ofereçam seguros a um custo menor, já que não precisam gerar margens de lucro elevadas.

Outro ponto é: as cooperativas calculam as contribuições com base nos custos operacionais e nas necessidades dos associados, ao invés de utilizarem complexas análises de risco e probabilidades. 

E em que isso implica?

Essa abordagem, de forma geral, resulta em prêmios mais baixos. O objetivo é, afinal, garantir que todos possam pagar um valor justo. Nem mais. Nem menos.

Além disso, o compartilhamento de riscos entre os membros contribui para a redução dos custos individuais — é só relembrar aquilo que falamos do funcionamento: os associados dividem equitativamente os custos dos sinistros, criando uma rede de apoio mútuo.

Como saber se a cooperativa é confiável?

Se está pensando em ser membro de uma cooperativa de seguro, é importante, acima de tudo, saber se ela é confiável. Isso vai garantir que você faça a escolha certa.

Por isso, para determinar se uma cooperativa de seguros é confiável ou não, comece verificando seu registro junto às autoridades competentes.

Uma cooperativa devidamente registrada está sujeita à regulamentação e fiscalização, o que proporciona maior segurança aos associados. 

Isso se relaciona com as últimas novidades acerca da Lei Complementar 213, de 2025, que passou a regulamentar o funcionamento dessas cooperativas. A Susep, por exemplo, agora é responsável por fiscalizar a operação delas.

Outros passos são:

  • Verifique há quanto tempo a cooperativa opera e veja avaliações/depoimentos de outros membros (lembre-se: uma cooperativa confiável dá detalhes sobre seus serviços, taxas, condições de adesão e processos de sinistro);

  • Avalie a qualidade do atendimento ao cliente: uma cooperativa confiável deve oferecer suporte eficiente e estar disponível para esclarecer dúvidas e resolver problemas;

  • Pesquise se a cooperativa tem alto índice de reclamações ou até mesmo processos judiciais — se ela tiver esses tipos de problemas “nas costas”, é um indicativo de que possui complicações na gestão e na hora de cumprir com as indenizações.

O que o seguro de cooperativa cobre?

O seguro de uma cooperativa pode oferecer uma ampla gama de coberturas. Na prática, isso vai depender das necessidades dos membros e dos tipos de seguros oferecidos pela cooperativa. 

Por conta disso, não existe uma “resposta absoluta” para o que uma cooperativa de seguro cobre e o que não cobre.

Apesar disso, é possível listar as principais coberturas com base nos tipos de proteção que elas comumente oferecem. Aqui:

  • Seguro residencial: protege contra danos à propriedade residencial, como incêndios e roubos;

  • Seguro agrícola: proteção para agricultores contra perdas causadas por desastres naturais, pragas, doenças e outros riscos agrícolas;

Lei Complementar 213/25 e as cooperativas

A Lei Complementar 213/2025 foi sancionada pelo Presidente da República e publicada no Diário Oficial da União em 16 de janeiro de 2025. Ela regulamenta o funcionamento das sociedades cooperativas de seguros e das operações de proteção patrimonial mutualista.

O objetivo dessa nova regulamentação é gerar mais segurança e proteção ao consumidor — e ela faz isso ao subordinar as novas entidades às mesmas regulamentações e supervisões que já se aplicam aos demais agentes do mercado segurador.

E o que essa lei garante?

Que as cooperativas de seguro operem dentro de um marco legal claro e seguro, proporcionando maior confiabilidade e transparência aos seus membros.

Como traz Ronaldo Scucato, presidente do Sistema Ocemg: 

“Com a entrada das cooperativas no mercado de seguros, vamos ter um aumento saudável da concorrência neste setor da economia, o que é sempre benéfico para o consumidor final”.

Se quer entender melhor sobre a Lei Complementar 213/25, veja nosso artigo completo a respeito.

Cooperativas de seguros: proteção de bens e interesses em comum

Deu para perceber que as cooperativas de seguro oferecem uma alternativa interessante aos tradicionais seguros do mercado. 

Como elas têm um foco na participação ativa dos membros, custos mais baixos e uma abordagem orientada para a comunidade, isso acaba sendo um diferencial vantajoso.

Isso sem falar da recente regulamentação que trouxe mais segurança e transparência para essas entidades, a Lei Complementar 213, que as tornou uma opção ainda mais confiáveis. Tais cooperativas, no entanto, devem ficar atentas ao processo de adaptação a essa nova lei, ajustando-se às novas exigências.

No fim do dia, uma cooperativa de seguro pode ser uma excelente escolha, então… leve em conta suas necessidades, o tipo de cobertura que procura e, claro, o seu bolso.

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