Não por acaso, muitas pessoas se interessam pela profissão de corretor de seguros. Apesar de ainda não ter um mercado com números exorbitantes como o norte-americano, por exemplo, o setor no Brasil é bastante promissor e tem um forte potencial para se expandir cada vez mais.
De acordo com dados divulgados pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), no primeiro semestre de 2023, o mercado nacional arrecadou R$ 181,77 bilhões e cresceu 7,7% em relação ao mesmo período de 2022. O segmento de seguros de danos e pessoas (sem considerar o VGBL) apresentou crescimento de 12,3%, com arrecadação acumulada de R$ 89,83 bilhões.
A expansão é significativa para um ramo que ainda sofre com as consequências da pandemia, o que corrobora a previsão dos especialistas, que afirmam que o setor deve crescer muito nos próximos anos no país.
Sendo assim, consequentemente, a demanda por profissionais que atuem na área também deve continuar aumentando. Isso significa que trabalho para o corretor de seguros certamente não vai faltar. Se você quer saber tudo sobre a profissão, está no “lugar” certo!
O papel do corretor de seguros: a importância do profissional
O corretor de seguros é quem atua como mediador, exercendo a atividade de mediação de seguros entre clientes e seguradoras. Trata-se, portanto, de um profissional especializado em seguros que trabalha, via de regra, de modo independente.
Ser especializado quer dizer ter conhecimento sobre as seguradoras, as diferentes modalidades de seguros, os tipos de apólices e as condições oferecidas. Mas não apenas isso: também significa ter a formação necessária para exercer a profissão — trataremos especificamente sobre isso mais adiante.
De modo geral, espera-se que o corretor se comporte como um consultor que busca, primeiramente, compreender as necessidades e os riscos do cliente para, posteriormente, poder recomendar as coberturas e demais condições adequadas a cada situação.
Além disso, o profissional também tem um papel muito relevante em casos de sinistro, pois auxilia o segurado no que se refere à notificação da seguradora e a todos os procedimentos necessários, sempre a fim de garantir que o pagamento da indenização seja concretizado de forma justa e o mais rápido possível.
As responsabilidades e funções diárias do profissional
Quando uma pessoa deseja contratar um seguro, seja de seguro de vida, seguro para o seu carro ou para a sua empresa — como um seguro garantia, seguro de transporte de carga ou de responsabilidade civil —, terá sempre que fazê-lo por meio de um corretor de seguros em qualquer uma dessas situações. Trata-se de uma determinação legal da Susep.
Nesse sentido, a principal função de um corretor de seguros é orientar e assessorar os clientes na escolha da apólice mais adequada às necessidades e aos contextos do segurado. Além disso, ele também faz a intermediação durante a contratação e a renovação do contrato de seguro.
Para ter um exemplo mais prático sobre as funções diárias do profissional, ele avalia riscos, faz pesquisas para encontrar a melhor solução para os seus clientes, ajuda na compreensão das cláusulas de uma apólice.
Ademais, também gerencia carteiras de seguros, controla a emissão de documentos, como recibos de prêmios, e fornece toda a assistência necessária aos clientes em caso de sinistro.
Entrando para o mercado de seguros
Ser um corretor de seguros pode ser uma opção interessante para quem busca novas oportunidades de carreira, mas, assim como acontece em outras profissões, não são todas as pessoas que se encontram nesse ramo.
Para tanto, é preciso estar consciente dos prós e contras da atuação e também conhecer o perfil dos profissionais que se dão bem nesse mercado. Por essa razão, entraremos em maiores detalhes a seguir.
Perfil desejado e habilidades essenciais do corretor de seguros
Uma vez que atua de forma independente, espera-se que o profissional que deseja seguir carreira na mediação de seguros tenha perfil empreendedor. Além disso, é preciso ter habilidades de comunicação e persuasão, pois o corretor lida diretamente com o público e trabalha também com vendas.
Ainda, empatia também é uma qualidade desejada para que o profissional consiga compreender as necessidades, demandas e condições dos clientes. Para isso, apostar no relacionamento e conseguir estabelecer uma conexão sólida com as pessoas é um grande diferencial.
Por fim, ser uma pessoa antenada e sempre atualizada sobre a área e os produtos disponíveis no mercado também são características procuradas para a profissão. Esse conhecimento sobre o seu “material” de trabalho é algo que transmite credibilidade, um fator-chave para quem trabalha com seguros.
Por que escolher essa carreira?
Atuar como corretor de seguros tem uma série de vantagens, por exemplo, muitas pessoas buscam a carreira porque estão em busca de uma maior autonomia em suas vidas profissionais. De fato, a atividade possibilita que se tenha uma rotina mais flexível, pois a pessoa pode definir os seus horários e o seu cronograma de trabalho.
Além disso, a profissão também é uma ótima opção para quem tem a ambição de crescer, porque existe mesmo essa possibilidade. Com bastante dedicação e investimento, é possível ter metas ambiciosas e ascender como corretor, atendendo uma carteira ampla e relevante.
Por fim, é evidente que, se dá para crescer, é também porque a perspectiva de remuneração na área pode ser muito boa. Portanto, pode ser um caminho interessante para quem procura independência financeira. Mas sobre a questão dos ganhos, trataremos com um pouco mais de detalhes mais adiante.
Como ser um corretor de seguros: formação e certificação para corretores
Conforme a Susep, para se tornar um corretor de seguros, é preciso atender aos requisitos estabelecidos na Lei nº 4.594, de 1964, que regulamenta a profissão. Além disso, também é necessário ter habilitação técnica e estar registrado no órgão.
O certificado de habilitação técnica é fornecido por instituições de ensino credenciadas pela Superintendência após a aprovação em cursos e exames específicos. Atualmente, a Escola de Negócios e Seguros (ENS) e a Fundação Getúlio Vargas (FGV) realizam cursos e exames.
O que é o curso de corretor de seguros?
As instituições que aplicam o Exame Nacional de Habilitação para Corretores de Seguros também oferecem formação para a prova. Nesse sentido, a ENS tem um curso para habilitação com aulas online e ao vivo em um ambiente virtual de aprendizagem, com acesso a material didático, exercícios e videoaulas.
A duração da formação varia conforme o conteúdo, sendo que o curso completo tem 450 horas, o de Capitalização, Vida e Previdência tem 223 horas e os demais ramos 182 horas.
Já a FGV tem um programa de formação para corretores de seguros, que também é no formato EAD (Ensino à Distância) e propõe uma qualificação diferenciada do corretor para o mercado de trabalho e para o desenvolvimento de sua carreira profissional.
O programa da FGV tem aulas gravadas, oferece tutoria e é dividido em três módulos com um total de 130 horas. O conteúdo programático é voltado para o exame.
Exame de Habilitação para Corretores de Seguros: como funcionam as certificações?
Para fazer o Exame de Habilitação para Corretores de Seguros é preciso ter Ensino Médio completo e ter 18 anos ou ser emancipado na forma da lei. As instituições aplicam a prova duas vezes por ano de forma remota.
A habilitação para atuação em determinado segmento depende da modalidade de certificação. Atualmente, existem três tipos:
- Corretagem de seguros de danos, seguros de pessoas, de planos de previdência complementar e de capitalização;
- Corretagem de seguros de pessoas, de planos de previdência complementar e de capitalização;
- Corretagem de microsseguros.
Após receber a certificação, é preciso se registrar na Susep por meio de um cadastro, no qual são solicitados dados atualizados e foto. Para realizar o registro, é necessário ter uma conta gov.br nível ouro (mais alto nível de segurança).
O cadastro é gratuito e deve ser efetuado no Sistema de Registro de Corretores no site da Susep, após a autenticação na conta gov.br. Para tanto, o órgão disponibiliza um manual para auxiliar no processo de cadastro.
Em relação à comprovação do registro, a Susep envia a confirmação diretamente às seguradoras. Já para os clientes, através do aplicativo Corretores Susep, os profissionais podem apresentar sua carteira digital. Ainda, é possível acessar o site do órgão e usar o serviço de emissão de certidão.
Corretor de seguros: quanto ganha e como maximizar rendimentos?
Um dos principais chamarizes da profissão é, sem dúvida, a possibilidade de uma remuneração atrativa. Contudo, é importante destacar que os valores variam conforme o segmento de atuação e a oferta de clientes.
Na verdade, precisa ficar bem claro que os rendimentos podem variar dentro de uma faixa extremamente ampla. De acordo com uma matéria publicada no portal InfoMoney, a remuneração mensal do corretor de seguros varia de R$ 3 mil a R$ 100 mil por mês.
Os ganhos dependem do fechamento dos contratos, que repassam um percentual ao profissional. Assim, o corretor recebe um valor vitalício enquanto o cliente paga o prêmio do seguro.
As comissões das seguradoras também variam bastante, podendo chegar a 50%, o que é um valor bem alto — quem trabalha na área comercial sabe. Isso acontece porque, em muitos casos, trata-se de uma venda complexa.
Quais são os principais desafios da profissão de corretor de seguros?
Evidentemente, nem tudo são flores na vida do corretor de seguros. O profissional também enfrenta alguns obstáculos na sua atuação. Logo, é importante conhecer também esses pontos antes de investir na carreira.
Prestar um atendimento personalizado
Dar todo o acompanhamento e oferecer o suporte necessário aos clientes são desafios bem presentes no dia a dia do corretor. Desse modo, apesar de ter flexibilidade e autonomia, o profissional vai precisar oferecer disponibilidade para conquistar uma boa relação com os clientes.
Ter uma boa rede de contatos
A principal meta do corretor de seguros é captar clientes e, além de demandar um perfil comercial, isso exige o desenvolvimento de um excelente networking.
Manter-se atualizado em relação ao mercado
O corretor de seguros precisa se manter sempre atualizado sobre as mudanças no mercado de seguros. Isso inclui não apenas conhecer os produtos oferecidos pelas seguradoras, mas também estar por dentro das políticas e regulamentações.
Tecnologia e inovação na corretagem de seguros
O profissional que atua na mediação de seguros também deve estar ciente das tendências do mercado, mas não apenas isso: precisa estar preparado para lidar com as mudanças trazidas pela tecnologia para o setor.
Especialmente depois da pandemia, a digitalização se tornou uma realidade na corretagem de seguros e o modelo remoto de contratação de apólices é hoje uma realidade no setor. Segundo especialistas, a tendência é que o formato online se consolide cada vez mais daqui para frente.
Nesse cenário, quem trabalha como corretor de seguros será impactado, mas é muito improvável que a profissão não deixe de existir. Ainda são necessários profissionais especialistas para atender ao público de forma mais consultiva e para lidar com grandes patrimônios, por exemplo.
Na verdade, acredita-se que a tecnologia e inovação sejam grandes aliadas, pois auxiliam na desburocratização do setor que, inclusive, é conhecido por ter processos altamente burocráticos. Ademais, amplia o acesso das pessoas aos produtos.
O papel das corretoras digitais: Mutuus Seguros
As corretoras de seguros digitais, como a Mutuus Seguros, desempenham um papel fundamental nesse novo cenário. Isso porque, elas permitem que o cliente contrate uma apólice de forma prática e rápida, tudo online e sem a necessidade do vaivém de uma pilha de papéis a serem preenchidos e assinados.
A Mutuus Seguros é uma corretora digital especializada em pequenas e médias empresas, que, além de oferecer soluções sob medida para esses clientes, tem um processo de cotação e contratação totalmente digitalizado, proporcionando uma experiência ágil, transparente e totalmente segura.
Tudo isso sem deixar de ter foco no atendimento personalizado do cliente, o que demanda, é claro, a atuação de pessoas com formação e certificação na área. Portanto, a tendência é que o futuro desse mercado seja resultado dessa atuação conjunta entre as corretoras digitais e os profissionais que atuam como corretores de seguros.
Conclusão: corretor de seguros
Com a previsão de continuidade no crescimento do mercado de seguros no Brasil, a tendência é que o setor tenha uma demanda cada vez maior por profissionais que trabalhem com corretagem de seguros.
O corretor é um profissional especializado que atua de modo independente na mediação entre clientes e seguradoras. Entre as suas funções está orientar e assessorar os clientes, além de ser intermediário durante a contratação e a renovação da apólice.
Para atuar nesse âmbito, como vimos, é preciso ter habilitação técnica e estar registrado na Susep. Para tanto, é necessário fazer o Exame Nacional de Habilitação para Corretores de Seguros.
Ainda, a remuneração na corretagem pode ser bem alta, mas a verdade é que o rendimento do profissional pode variar bastante e depende de uma série de fatores.
Como em qualquer outra profissão, o corretor de seguros enfrenta alguns desafios na carreira. A relação com a tecnologia pode ser um deles, mas a tendência é que a digitalização seja uma aliada, pois ajuda na desburocratização do setor.
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