Uma seguradora, a depender do tamanho e de sua reserva financeira, pode não ser capaz de atender segurados cujo risco na apólice é muito alto para garantir o equilíbrio de seu orçamento. Para isso, existem duas opções: o cosseguro e o resseguro.
Hoje, na verdade, nos interessa falar do primeiro: o cosseguro – mas também iremos falar sobre o segundo, no decorrer do texto, e explicar a diferença entre eles.
O cosseguro é um mecanismo que permite que a seguradora.
ora evite não conseguir atender esses segurados. Mas, além de conseguir atendê-los, permite que seja possível a contratação de seguros acima da retenção – em união com outra(s) seguradora(s).
Antes de entrarmos no cosseguro, em seu funcionamento, importância e na diferença com a outra modalidade, é preciso relembrar e definir o que é o seguro comum.
O que é o seguro?
Um seguro é um contrato que, em geral, é feito entre duas partes: pessoa ou empresa e seguradora. O objeto, pessoa ou bem é chamado de segurado.
Para ter um seguro, é necessário pagar um valor específico – chamado “prêmio” –, que é determinado a partir de características e condições do bem segurado – é determinado, sobretudo, a partir do risco de sinistro.
A apólice de seguro é o documento contratual emitido pela seguradora que garante a comprovação e formaliza a aceitação da cobertura solicitada.
Caso não ocorra um sinistro – ou seja, algo ruim e negativo, previsto na apólice – no período de vigência desse contrato, não há devolução do valor dos prêmios.
Cosseguro: o que é?
Bem, agora eu imagino que já podemos falar sobre o cosseguro sem o risco de confusão entre os termos. Então, vamos lá.
O cosseguro é um mecanismo securitário que garante a pulverização dos riscos aos quais os objetos segurados estão expostos.
“Pulverização? Mas o que significa isso?”
Calma, é mais simples do que parece: ao “pulverizar” tais riscos, o cosseguro está dividindo-os com uma ou mais seguradoras. Assim, evita-se que uma única seguradora precise arcar sozinha com situações de sinistro, sem que tenha condições para tal.
Dessa maneira, há a descentralização do risco da apólice, que passa a ser atendida por seguradoras diferentes. Trata-se, então, da união de seguradoras em um único contrato – assumindo, cada uma delas, uma parte dessa responsabilidade.
Cosseguro: como funciona?
Em geral, existem duas formas de contratação do cosseguro: com emissão de apólice única ou com emissão de uma apólice para cada seguradora envolvida.
É importante destacar que, no cosseguro, se for emitida uma única apólice, uma das seguradoras fica responsável pela operação. No entanto, isso não compromete o vínculo das outras, e as condições seguem valendo integralmente para todas.
A seguradora responsável é chamada de Seguradora Líder. Cabe a ela administrar o contrato e representar as demais nas situações – e também caso haja sinistro.
Na prática, a apólice de cosseguro única precisa de um anexo, chamado “Distribuição de Cosseguro”. Dentro dele, determina-se, expressamente, a Seguradora Líder e a participação em porcentagem de ganhos e riscos das demais seguradoras.
Cosseguro: para que ele serve?
Vamos pensar juntos: vale a pena, para uma seguradora, envolver-se em um negócio com alto risco de perder – maior, inclusive, do que ganhar?
Certamente, você respondeu que não, não é? Afinal, qualquer negócio precisa de segurança financeira.
É claro, a seguradora tende a buscar e entrar em negócios que sejam atrativos. Em razão disso, quando surgem contratos cujos custos podem não ser equilibrados ao seu orçamento, ela opta por não assumir a responsabilidade sozinha.
No cosseguro, uma vez que os prêmios pagos precisam ser divididos entre as seguradoras, a tendência é que haja redução em seus ganhos. No entanto, apesar disso, trata-se ainda de uma alternativa que permite a elas mitigar o impacto sobre suas finanças.
Ele serve para quais tipos de coberturas?
Em geral, o cosseguro serve como uma opção para seguradoras que operam seus serviços para empresas maiores, como usinas, construtoras e, também, mineradoras. Nestas modalidades, o risco costuma se apresentar como mais elevado.
Vamos nos lembrar, por exemplo, do caso do acidente na usina nuclear de Chernobyl, na Ucrânia, decorrido de uma falha nos geradores da usina.
Um acidente como este teve proporções tão graves que foi necessário o evacuamento de centenas de milhares de pessoas.
Trata-se de um retrato de uma operação de alto risco, em que, possivelmente, haveria necessidade de cosseguro, para que os custos pudessem ser equilibrados.
Qual é a importância do cosseguro?
A importância do cosseguro existe, sobretudo, para a seguradora. Em cenários comuns e considerando-se apólices de seguros normais, a chance de ela se prejudicar com altos riscos de sinistro é menor.
No entanto, em se tratando de riscos altos – nos quais os valores indenizatórios tendem a ser muito elevados –, o impacto seria tão alto que, possivelmente, não permitiria que ela se sustentasse.
Assim, o seguro precisa ser vantajoso não apenas para quem o contrata, mas também para a seguradora. Ele possibilita operações securitárias que talvez seriam impossíveis, se ela fosse atuar e se responsabilizar sozinha por elas.
Resumindo, o cosseguro é importante porque:
- Permite que a seguradora não precise, sozinha, assumir grandes responsabilidades
- Possibilita que a seguradora opere em operações mais arriscadas;
- Possibilita que o cliente (segurado) não seja impedido de contratar seguros para suas operações.
Cosseguro: como funciona o compartilhamento entre as seguradoras?
Ao compartilhar os riscos, cada seguradora fica responsável pelo percentual correspondente a sua quota-parte. Trata-se de uma responsabilidade direta e exclusiva de cada uma delas sobre sua respectiva parte.
As condições jurídicas de cada uma das seguradoras que fazem parte do cosseguro são as mesmas. A variação se dá apenas no tipo de responsabilidade do seguro estabelecido para cada uma – isto é, referente a quota-parte assumida por cada uma delas.
Mas é preciso lembrar que, no cosseguro, não existe apenas o compartilhamento dos riscos. Existe, também, por parte da seguradora, o recebimento do prêmio, que é pago pelo segurado contratante.
Uma vez que a Seguradora Líder é a responsável por administrar, representar e organizar o interesse de todas as partes, cabe a ela receber e dividir o prêmio de seguro. A tratativa deve acontecer, assim, entre ela e o segurado, diretamente.
Qual a diferença entre cosseguro e resseguro?
Enquanto no cosseguro existe uma divisão de risco entre duas ou mais seguradoras, o resseguro acontece em contratação individual.
Dessa forma, o contrato acontece entre seguradora e resseguradora, sem que haja a necessidade de o cliente final – isto é, o segurado – autorizá-lo.
Então, imaginemos que o segurado precisou de um suporte da seguradora. Esta última se responsabiliza a acionar a resseguradora, que, com seu maior potencial financeiro, consegue oferecer a assistência necessária de que precisa uma grande operação.
Então, estamos falando de dois contratos: o principal – e primeiro – acontece entre segurado e seguradora; o segundo, entre seguradora e resseguradora. É um mecanismo que, basicamente, funciona como um repasse de responsabilidade.
Como contratar um cosseguro?
Para contratar um cosseguro – ou, também, um seguro comum –, você pode realizar uma cotação e simulação totalmente gratuitas, que acontecem online.
Com a Mutuus, você contrata seus seguros de modo simples e com linguagem acessível. Nós não escondemos nenhuma informação, e você recebe no seu e-mail e WhatsApp as cotações das melhores seguradoras disponíveis no mercado.
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Considerações finais
O cosseguro é uma forma de seguro que, além de garantir a proteção que o segurado precisa, colabora para que a seguradora não precise se responsabilizar sozinha pelos riscos.
Trata-se de uma vantagem para grandes empresas, em que o risco do bem segurado é maior, e também para a seguradora, que consegue equilibrar seus custos.
Apesar de serem confundidos, cosseguro e resseguro são coisas diferentes. Como acompanhamos, o primeiro se dá na união entre duas ou mais seguradoras – que dividem a quota-parte –, enquanto o resseguro é uma tratativa que se dá entre seguradora e resseguradora.
Nós agradecemos por você ter acompanhado até aqui. Até esta altura, esperamos que tenha entendido o que é o cosseguro e o seu funcionamento, na prática. Se ainda restaram dúvidas, não deixe de visitar a nossa seção de comentários!
Boa noite!
Achei excelente a explicação técnica sobre seguro, cosseguro e resseguro.
Obrigado pelo feedback, Evaristo! Continue acompanhando nosso blog com conteúdos diários 🙂
A Empresa Contrib. Associativa Cosseguros,
Solicito atualizar meu cadastro junto a essa seguradora. Sou Policial Federal, e há muitos anos sou filiado a essa seguradora. Inclusive todo mês o desconto vem feito no meu contra-cheque.
Olá, Lindberg! Você precisa entrar em contato diretamente com a empresa em que realizou o cadastro.
meu pai pagava esse seguro,so que ele faleceu , gostaria de saber como procedo, preciso de informacoes a esse respeito se for possivel mim enviem o contato da cosseguro desde ja agradeco.
Lamento a sua perda e entendo que este é um momento delicado. Tentarei te ajudar da melhor forma possível.
O termo “cosseguro” refere-se a uma prática comum no setor de seguros em que a cobertura de um determinado risco é compartilhada entre duas ou mais seguradoras. Isso é feito para diluir os riscos, especialmente em contratos de seguro de alto valor. Nessa configuração, uma seguradora (líder) geralmente administra a apólice, enquanto as outras (cosseguradoras) participam proporcionalmente, conforme acordado.