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Engenharia social: quais os tipos, como funciona esse golpe e de que forma as empresas podem se proteger?

Os crimes cibernéticos mais atuais e modernos não se limitam à invasão de sistemas ou ao roubo de dados diretamente pela manipulação de códigos. Um dos tipos de ataque mais perigosos, e frequentemente mais difíceis de detectar, é o de engenharia social.

Em vez de explorar vulnerabilidades técnicas em softwares ou redes, a engenharia social manipula o comportamento humano para obter acesso a informações valiosas, sistemas ou mesmo recursos financeiros. Esse golpe pode ser tão sofisticado que engana até os usuários mais experientes.

No seu mais recente Relatório Anual de Defesa Digital, a Microsoft destacou que crimes cibernéticos de engenharia social estão entre os mais executados de 2024. Segundo dados do documento, a empresa bloqueou mais de 7.000 ataques de senha por segundo entre junho de 2023 e junho de 2024 — cerca de 604 milhões por dia.

Embora muitos associem imediatamente os ataques de engenharia social à internet, suas raízes estão em práticas muito antigas de manipulação e engano. Com a crescente digitalização e a interconexão das redes, no entanto, a engenharia social tem se tornado um método de ataque muito mais eficiente e lucrativo.

Neste artigo, você saberá exatamente o que é a engenharia social, como ela funciona, quais os tipos mais comuns e como empresas podem se proteger dessa ameaça crescente.

O que é engenharia social?

Engenharia social é um dos ataques cibernéticos mais sutis e danosos da atualidade. Trata-se de uma prática de manipulação psicológica de pessoas para que elas revelem informações confidenciais ou realizem ações que comprometam a segurança de sistemas ou dados.

Diferentemente de ataques cibernéticos que exploram falhas técnicas, em softwares ou hardwares, essa abordagem foca na exploração das fraquezas humanas, como o medo, a curiosidade, a confiança, a ingenuidade, a pressa ou o desejo de ajudar. 

A técnica pode ser aplicada de diversas formas, desde simples enganações por e-mail até estratégias complexas envolvendo várias etapas para ludibriar uma vítima e obter acesso a dados sensíveis ou sistemas corporativos.

A engenharia social, em suas várias formas, é uma ameaça constante a empresas de todos os tamanhos, pois envolve manipulação e pressão psicológica, dificultando a defesa por meios tradicionais, como antivírus ou firewalls.

Qual a diferença entre phishing e engenharia social?

A engenharia social é um conceito amplo, que engloba várias técnicas de manipulação de pessoas. E o phishing é a mais conhecida delas, ou seja, é um tipo específico de ataque de engenharia social, uma das muitas táticas usadas para enganar as vítimas.

O phishing é um método no qual o atacante se faz passar por uma entidade confiável (como um banco, uma empresa ou até uma pessoa, familiar ou colega de trabalho) para enganar a vítima e conseguir acesso a informações confidenciais, como senhas, números de cartões de crédito ou dados bancários.

Em um ataque de phishing, o criminoso geralmente envia e-mails, mensagens de texto ou links falsos com o objetivo de convencer a vítima a clicar em um endereço malicioso ou fornecer informações pessoais.

Como funciona a engenharia social?

O funcionamento da engenharia social depende de uma análise cuidadosa do comportamento humano e da manipulação de fatores psicológicos para enganar a vítima. Em um ataque desse tipo, o criminoso pode usar diferentes abordagens, geralmente focando na criação de um cenário que pareça legítimo, confiável ou urgente.

Ou seja, os atacantes criam situações que fazem a vítima agir rapidamente, sem pensar ou questionar a veracidade da informação recebida e a legitimidade da situação.

Eles podem se passar por pessoas conhecidas, fornecedores, autoridades governamentais ou até familiares, com o intuito de criar um senso de urgência ou necessidade de ajudar.

Além disso, a engenharia social explora a confiança das vítimas. Afinal, quando alguém confia em uma pessoa ou organização, é mais fácil para o atacante manipular a situação e obter informações confidenciais.

Quais os tipos mais comuns de engenharia social?

A engenharia social envolve manipular ou enganar pessoas para obter informações confidenciais, acesso a sistemas ou realizar ações que possam prejudicar a segurança de uma organização. Os ataques são variados e adaptáveis, dependendo do contexto e dos objetivos dos criminosos.

A seguir, conheça os tipos mais comuns de ataques de engenharia social que as empresas devem observar e se proteger.

Phishing

O phishing é o tipo mais popular e conhecido de engenharia social. Envolve a criação de uma falsa representação de uma empresa ou serviço legítimo com o objetivo de enganar a vítima. O ataque geralmente acontece por meio de e-mails ou mensagens falsas que imitam a aparência de comunicações legítimas.

Essas mensagens frequentemente solicitam que a vítima forneça informações sensíveis, como dados bancários, senhas ou números de cartão de crédito. Também é comum que peçam que a pessoa clique em links maliciosos, que acabam infectando o dispositivo com malware.

Baiting

Baiting é um tipo de engenharia social no qual o atacante oferece algo atraente para enganar a vítima. A “isca” pode ser um arquivo, um software ou a promessa de algo valioso, como um prêmio ou benefício gratuito. O objetivo é fazer com que a vítima baixe ou execute um arquivo malicioso sem se dar conta dos riscos.

Os baitings podem ocorrer de dois modos: fisicamente, como durante o uso de unidades USB infectadas (pendrives, por exemplo) deixadas em locais públicos, ou digitalmente, como o download de um arquivo com malware.

Tailgating

O tailgating, ou acompanhamento, é um ataque que ocorre fisicamente, no qual o criminoso tenta ganhar acesso a áreas restritas de uma empresa. Para isso, se aproveita da cortesia ou distração de alguém, geralmente pedindo para seguir um funcionário autorizado.

Esse tipo de ataque é mais comum em empresas com sistemas de segurança com controle de acesso, como cartões de entrada ou sistemas biométricos. O atacante simplesmente segue um funcionário autorizado para passar sem ser notado.

Pretexting

O pretexting é um ataque em que o criminoso cria uma falsa identidade ou situação para obter informações confidenciais. A técnica envolve a criação de um cenário plausível que leva a vítima a acreditar que está interagindo com alguém legítimo, seja um fornecedor, um banco ou até uma autoridade.

Os golpistas podem, por exemplo, se passar por um chefe ou supervisor da vítima e pedir informações sensíveis, como senhas ou detalhes financeiros, sob um pretexto convincente.

Quid pro quo

Em ataques de quid pro quo, o criminoso oferece algo em troca de informações ou acesso. O atacante pode se passar, por exemplo, por um profissional de TI, oferecendo suporte ou ajuda em troca de acesso a sistemas ou credenciais.

Esse tipo de ataque é comum em chamadas telefônicas ou e-mails fraudulentos, nos quais o criminoso promete uma vantagem em troca de alguma ação da vítima, como a instalação de um programa ou a divulgação de informações confidenciais.

Scareware

Scareware é um tipo de engenharia social que usa o medo para manipular uma pessoa. O atacante cria uma falsa situação de risco, como uma mensagem de que o computador da vítima está infectado por vírus e oferece uma solução paga para o problema.

Esses ataques geralmente envolvem pop-ups ou notificações que tentam assustar a vítima e convencê-la a baixar um software malicioso ou fornecer informações pessoais.

Ataque de watering hole (poço de água)

O ataque de watering hole é um tipo de engenharia social na qual o criminoso compromete um site legítimo que a pessoa costuma visitar. O atacante sabe que a vítima acessa o site regularmente e infecta a página com malware.

Quando a vítima visita o site infectado, acaba baixando o malware sem saber. Esse tipo de ataque é mais complexo e envolve monitoramento para identificar os sites que o alvo costuma acessar.

Quais são as melhores práticas para se proteger contra a engenharia social?

Proteger-se contra ataques de engenharia social pode parecer algo complexo, mas nem sempre é o caso. Porém, exige um esforço coordenado e a adoção de boas práticas nas empresas. É importante lembrar que, em geral, a chave para uma defesa eficaz está na conscientização e no fortalecimento das camadas de segurança humanas e organizacionais.

Algumas das melhores práticas para se proteger contra a engenharia social são:

Treinamento e conscientização de funcionários

O treinamento contínuo é essencial. Funcionários bem treinados são menos suscetíveis a serem manipulados por engenheiros sociais.

As equipes devem ser ensinadas a reconhecer e questionar solicitações suspeitas e a identificar os sinais típicos de golpes, como e-mails falsos, links estranhos ou chamadas telefônicas de fontes não confiáveis.

Verificação de identidade

Sempre que uma solicitação for feita por e-mail, telefone ou mensagem, é importante verificar a identidade da pessoa antes de fornecer qualquer informação confidencial. Caso pareça suspeito, deve-se entrar em contato diretamente com a organização ou pessoa envolvida para confirmar a solicitação.

Implementar um processo claro de verificação pode impedir que criminosos obtenham acesso a dados sensíveis.

Uso de autenticação multifatorial (MFA)

Implementar a autenticação multifatorial é uma das maneiras mais eficazes de proteger informações sensíveis, pois oferece uma camada extra de segurança.

Assim, mesmo que um atacante consiga obter as credenciais de um funcionário, ainda precisará de um segundo fator (como um código enviado por SMS ou um aplicativo de autenticação) para acessar as contas.

Monitoramento constante

As empresas devem ter sistemas de monitoramento em tempo real para identificar atividades suspeitas ou tentativas de acesso não autorizado. Isso inclui monitoramento de e-mails, redes internas e sistemas.

Se você ou sua organização for alvo de um ataque de engenharia social, denuncie imediatamente ao departamento de TI ou à instituição financeira. Além disso, altere senhas, bloqueie contas afetadas e revise acessos às informações sensíveis. A pronta ação pode impedir que o ataque ou minimizar o dano.

Simulações de ataques

Realizar simulações de ataques de engenharia social pode ajudar a identificar vulnerabilidades no comportamento dos funcionários. Igualmente, pode ajudar a prepará-los para reconhecer mais facilmente tentativas de manipulação em situações reais.

Essas simulações podem envolver a criação de e-mails ou cenários falsos, testando a capacidade dos colaboradores de identificar e reagir corretamente a ameaças.

Engenharia social contra empresas: qual a importância do seguro cyber?

A engenharia social contra empresas é uma das ameaças mais comuns e perigosas no cenário digital atual. Ela explora vulnerabilidades humanas, manipulando pessoas dentro da organização para obter informações confidenciais, acessar sistemas ou realizar ações que possam comprometer a segurança empresarial.

Com o aumento dos crimes cibernéticos, muitas empresas estão optando por contratar seguros cibernéticos para se proteger contra danos financeiros e reputacionais. Essa modalidade cobre custos relacionados à violação de dados, interrupção de serviços e, claro, ataques de engenharia social.

Ter um seguro cibernético também ajuda a empresa a minimizar os danos financeiros decorrentes de multas e custas legais em caso de processos por conta de violação de dados pessoais ou confidenciais. 

O seguro cyber pode até mesmo fornecer serviços de consultoria para evitar novos incidentes, com apoio à implementação de medidas preventivas, auditorias e treinamento de pessoal. 

Com o aumento da sofisticação dos ataques virtuais, um seguro adequado é fundamental para que as empresas possam se proteger e se recuperar rapidamente e de forma eficaz caso seja vítima de um crime desse tipo.

Engenharia social: proteja sua empresa desse perigo sutil e sempre à espreita

A engenharia social é um dos tipos de ataques cibernéticos mais difíceis de identificar e prevenir, pois explora a vulnerabilidade humana em vez de falhas técnicas. Com várias abordagens como phishing, baiting e scareware, os criminosos conseguem enganar indivíduos e empresas para obter dados sensíveis ou acessar sistemas protegidos.

Para se proteger contra esses crimes, as empresas devem adotar uma abordagem proativa. Ou seja, investir na prevenção e combate, treinando funcionários, utilizando autenticação multifatorial, realizando simulações e monitorando suas redes.

Nesse sentido, contratar um seguro cibernético pode ser uma importante medida adicional de proteção financeira. Com ele, pode-se minimizar o impacto financeiro de um ataque de engenharia social, cobrindo desde perdas financeiras diretas até custos com remediação e ações legais.

Ao compreender os tipos de engenharia social, assim como as melhores práticas de segurança, as empresas podem se tornar mais resilientes e reduzir significativamente os riscos associados a esses golpes sofisticados.

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