O mercado internacional é potente no mundo inteiro. Não importa se falamos sobre exportação ou de importação, essa corrente de comércio movimenta valores gigantescos mundialmente e ambos são engrenagens fundamentais para a economia de, praticamente, qualquer país.
Para que você tenha uma ideia, apenas o Brasil exportou, em todo o ano de 2021, para mais de 280,6 bilhões de dólares. Os números das importações para o Brasil também são gigantes: mais de 219,4 bilhões de dólares apenas em 2021.
Ou seja, as compras e vendas internacionais envolvendo o Brasil geraram uma corrente de comércio de 500 bilhões de dólares em 2021.
E não paramos por aí: a balança entre importações e exportações resultou em superávit de 61,2 bilhões de dólares. Isso quer dizer que o Brasil ficou com a conta positiva, vendendo mais do que comprando e, consequentemente, ganhando mais dinheiro em vendas para outros países do que gastando, em compras internacionais.
Mas a pergunta é:
Você entende, exatamente, qual é a diferença entre importação e exportação?
E mais:
Qual das duas é mais rentável para sua empresa?
Vamos ver qual delas é que vai render mais dinheiro no seu bolso:
O que é importação?
Se pensarmos no Brasil como uma empresa, a importação seria o equivalente ao setor de compras. Importação é isso: é compra de produtos de fora do país.
Podemos dizer, então, que a importação é a entrada de produtos e serviços no Brasil, vindos de outros países.
No setor de compras de uma empresa, os produtos comprados entram e, consequentemente, o dinheiro sai. Em um país, funciona da mesma forma.
Existem vários motivos para um país comprar bens e serviços de outros países.
Um dos principais motivos, é a necessidade de suprir a falta de determinada matéria prima ou produto acabado. Um exemplo recente foi a importação de vacinas contra a Covid-19. Se o país não consegue produzir em quantidade suficiente para suprir a necessidade interna, é preciso importar.
Essa escassez interna pode ser ocasionada por vários motivo, como:
- Falta de mão de obra para produzir determinado produto dentro do país;
- Mão de obra existente em quantidade, porém é desqualificada;
- Recursos nacionais obsoletos, gerando a necessidade de buscar novas tecnologias em outros países;
- Recursos nacionais caros, e é financeiramente mais viável comprar produtos de fora do país.
A questão é que nenhum país consegue produzir tudo que é consumido internamente. Se a gente for pensar em tudo que um país consome, conseguimos ter uma dimensão de como é difícil produzir tudo:
- commodities;
- alimentação industrializada focada em humanos;
- alimentação animal;
- roupas;
- peças para veículos;
- madeira;
- móveis.
Isso só para citar alguns poucos exemplos.
Top 5 países de quem o Brasil mais importa
- China – 47,6 bilhões de dólares;
- Estados Unidos – 39,3 bilhões de dólares;
- Argentina – 11,9 bilhões de dólares;
- Alemanha – 11,3 bilhões de dólares;
- Índia – 6,7 bilhões de dólares.
Dados de 2021.
O que é exportação?
Se o Brasil fosse uma empresa, podemos entender a exportação como a venda de tudo o que aquela empresa produz. Exportação é a venda do que é produzido dentro do Brasil.
Se a importação é a entrada de produtos e a saída de dinheiro, a exportação é o contrário: é a saída de produtos e a entrada de dinheiro.
É por isso que um país fica com saldo positivo (superávit), quando exporta mais do que importa.
Mas também existem outras modalidades de exportação. Por exemplo, quando um produto é doado para outro país, sua saída do Brasil também é entendida como exportação. Da mesma forma, quando uma amostra de produto é enviada para outro país.
Então a exportação pode ser uma venda mediante pagamento e também pode ser em forma de doação ou amostra.
São várias as razões que levam uma empresa brasileira a exportar seus produtos para outros países:
- Interesse em entrar em novos mercados, expandir e internacionalizar a marca e os produtos;
- Oportunidade de atender uma demanda que existe no exterior, mas que não existe dentro do país;
- Necessidade de vender o estoque excedente, que não tem mais saída no país;
- Driblar a sazonalidade, como é o caso de indústrias com pico de vendas no Brasil em uma determinada estação do ano, e podem continuar vendendo muito fora do país nas outras estações;
- Interesse em trabalhar com países que paguem em moedas fortes, como dólar e euro;
- Fortalecer o mercado interno, uma vez que empresas exportadoras ganham um status extra dentro do país e passam, consequentemente, a vender mais dentro do Brasil também.
Top 5 países para onde o Brasil mais exporta
- China – 87,7 bilhões de dólares;
- Estados Unidos – 31,1 bilhões de dólares;
- Argentina – 11,8 bilhões de dólares;
- Países Baixos (Holanda) – 9,3 bilhões de dólares;
- Chile – 6,7 bilhões de dólares.
Dados de 2021.
E agora:
Importar ou exportar: qual é o melhor?
A verdade é que essa resposta não existe. Depende muito da realidade de cada empresa. Quais são as maiores necessidades da sua empresa?
Falta matéria-prima nacional? Ou, ainda que não falte, é possível importar matéria-prima mais barata de algum outro país, possibilitando que você tenha um preço mais competitivo ou mesmo, mais lucro?
Toda sua produção é vendida com facilidade dentro do Brasil? Você ainda tem capacidade produtiva ociosa? Outros países pagariam mais pelo seu produto?
Se você é varejista, é possível encontrar produtos melhores ou com mais diferenciais fora do país?
Essas e muitas outras perguntas precisam ser respondidas para que você descubra o que vale mais a pena: importar ou exportar? Ou ambos?
Qual a importância da importação e exportação?
Comprar mercadorias que não existem no país, ou que sejam obsoletas ou excessivamente caras no país é fundamental para que as empresas mantenham um diferencial competitivo.
Além da importância econômica, do ponto de vista privado e também público, é fundamental que as pessoas tenham acesso a produtos, serviços e tecnologias não disponibilizados nacionalmente.
Por outro lado, existem muitas mercadorias que um país produz em grande volume, muito maior do que o consumo interno. A possibilidade de ofertar esses produtos em outros países, onde esse mesmo produto seja escasso, é essencial.
Principais órgãos envolvidos no processo de importação e exportação
Em âmbito mundial, foram criadas organizações responsáveis por respaldar o sistema de comércio, além de definir regras a serem seguidas por todos os países:
- Câmara de Comércio Internacional (CCI): organismo não-governamental criado em 1919, composto pelas câmaras de comércio.
- Fundo Monetário Internacional (FMI): foi criado em 1994 pelo acordo de Bretton Woods e tem a função de garantir a estabilidade financeira mundial, ajudando países em crise econômica por meio de empréstimos.
- Organização Mundial do Comércio (OMC): em 1948 foi criado o Acordo Geral de Tarifas e Comércio (GATT), para fomentar o crescimento da economia mundial, principalmente por meio de acordo entre os países, focando na redução das barreiras comerciais.
Além disso, existem os órgãos brasileiros que tem o objetivo de proteger, monitorar, controlar e auxiliar em questões aduaneiras e de comércio internacional.
- Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC): órgão federal criado em 1960, com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico, estimulando o comércio exterior. O MDIC executa ações por meio da da Secex (Secretaria de Comércio Exterior);
- Câmara de Comércio Exterior (Camex): tem como objetivo a adoção, formulação, implementação e a coordenação de políticas e atividades relativas ao comércio internacional;
- Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil): fornece produtos e serviços para informação, qualificação, promoção comercial e posicionamento de imagem para que empresas privadas possam alcançar objetivos comerciais fora do país;
- Ministério das Relações Exteriores (MRE), mais conhecido como Itamaraty: órgão que auxilia a presidência a formular e direcionar a política exterior nacional, assegurando sua execução correta e mantendo uma boa relação diplomática com os governos dos países estrangeiros.
- Receita Federal do Brasil (RFB): responsável pela administração de tributos federais, inclusive os relativos ao comércio exterior. A Receita Federal regula tudo que tenha relação com o comércio internacional – tanto exportação, quanto importação.
Conclusão
Tanto a importação, quanto a exportação têm um papel fundamental na economia.
É importante para a economia mundial, na medida que o comércio internacional funciona para manter o equilíbrio entre oferta e demanda mundial.
Mas também é importante para a economia e os diferenciais competitivos das empresas privadas, que podem tirar proveito dos benefícios oferecidos pelos governos para as que compram e vendem externamente como, por exemplo, os acordos comerciais entre países ou blocos econômicos.
E, por fim, é importante e proveitoso para nós, consumidores finais, que temos acesso a produtos diferenciados, variedade e novas tecnologias.
A possibilidade de comércio internacional fomenta o desenvolvimento interno dos países, que trabalham e se qualificam para alcançarem os níveis de qualidade internacionais.
Importação e exportação são fundamentais. Por isso mesmo, não é possível definir, de um modo geral, qual das duas vale mais a pena no âmbito empresarial. As duas modalidades podem ser rentáveis. Cada empresa precisa analisar suas particularidades e decidir: importação ou exportação?
E sua empresa? Já exporta ou já importa? Me conta aqui nos comentários.
Ficou com alguma dúvida?