Entre as mais de 30 soluções tecnológicas que a CNseg fornece às seguradoras, uma das mais estratégicas é o Registro Nacional de Sinistros (RNS).
E por que esse sistema foi criado?
Bem, a verdade é que, quando se trata de fraudes, elas podem acontecer em diferentes contextos, e o setor securitário não fica de fora.
Segundo o relatório Quantificação da Fraude no Mercado de Seguros Brasileiro, no primeiro semestre de 2024, os sinistros somaram cerca de R$ 19,2 bilhões. Desse valor, R$ 2,3 bilhões foram considerados suspeitos de fraude.
Quando olhamos para a quantidade de casos, 5,12% dos sinistros registrados levantaram suspeitas. Do valor suspeito, R$ 504 milhões foram confirmados como fraudes.
Como você vai entender ao longo desta leitura, o Registro Nacional de Sinistros (RNS) tem a finalidade de combater situações como essa.
O que é o Registro Nacional de Sinistros (RNS)?
O Registro Nacional de Sinistros (RNS) é uma ferramenta que a CNseg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização) criou com três finalidades principais: prevenir, identificar e combater fraudes no mercado de seguros.
E como funciona esse sistema?
Basicamente, seu funcionamento se dá por meio do compartilhamento de informações sobre sinistros entre seguradoras associadas — é por isso que se trata de um registro nacional de sinistros.
Conforme a própria CNseg, trata-se de “uma base de dados compartilhada, onde são organizadas e tratadas todas as ocorrências de sinistros”. E melhor ainda: “os dados são atualizados em tempo real”.
Esse registro nacional de sinistros se volta, especificamente, somente para estes 6 ramos de seguros:
- Seguro auto;
- Seguro de crédito e garantia;
- Seguro patrimonial;
- Seguro rural;
- Seguro transporte;
- Seguro de pessoas.
Assim, por conta desse compartilhamento de dados, acaba havendo mais transparência e segurança nas operações de seguros no Brasil.
Como funciona o Registro Nacional de Sinistros (RNS)?
Como a gente pontuou brevemente, o Registro Nacional de Sinistros (RNS) funciona como uma base de dados compartilhada entre as seguradoras.
Essa base registra informações sobre sinistros que ocorrem em diferentes ramos de seguros: auto, pessoas, garantia e os demais que citamos há pouco.
O ponto é: como funciona na prática?
Imagine que uma pessoa contratou 2 seguros auto para seu carro de passeio, cada um em uma seguradora diferente. Até aqui, tudo certo? Sim.
Afinal de contas, como pontua o advogado Francisco Rabello, uma pessoa “pode ter mais de um seguro para o mesmo bem”. Sem problemas.
No entanto, nesse tipo de situação, é necessário “avisar todas as seguradoras antes de fazer o seguro e depois, quando for receber [a indenização], cada uma vai pagar uma parte até o valor total do bem”.
Nesse mesmo sentido, o advogado Rafael Machado traz esclarecimentos: nos casos de 2 apólices para um mesmo veículo e com as mesmas coberturas, se acontecer um sinistro, “as seguradoras deverão dividir a indenização das coberturas que forem contratadas em comum entre as duas apólices”.
E mais, se o segurado omitir a existência de mais de um seguro para um mesmo bem, isso “pode acarretar na perda do direito à indenização”. Fora o fato de que “o acionamento de duas ou mais apólices em segredo, com intuito de obter vantagem indevida, pode ser considerada prática criminosa”.
É justamente nesse tipo de situação que entra o Registro Nacional de Sinistros (RNS), já que ele permite que as seguradoras compartilhem informações sobre sinistros e apólices.
Em outras palavras: se houver mais de um seguro para o mesmo veículo e um sinistro for registrado em todas as seguradoras ao mesmo tempo, o sistema identifica a situação e sinaliza uma possível tentativa de fraude.
Portanto, com o RNS, o propósito do seguro é cumprido: recompor perdas — e não gerar lucro indevido para uma pessoa desonesta.
Qual a importância do Registro Nacional de Sinistros para o mercado de seguros?
Como traz o Programa de Educação em Seguros da CNseg:
“Ao longo do tempo, as seguradoras pesquisadas vêm apresentando indicadores de fraude mais elevados, mesmo que em termos relativos, de sinistros suspeitos, fraudes detectadas e fraudes comprovadas”
A CNseg destaca, ainda, outros aspectos importantes, como o fato de que, no ramo de seguros, a fraude pode ocorrer em diferentes níveis de complexidade.
Isso vai desde as situações mais graves, envolvendo “grupos especializados que planejam golpes contra as seguradoras”, até casos mais comuns do dia a dia, como “quando um segurado assume a responsabilidade pelo acidente a que não deu causa, agravando intencionalmente os danos do sinistro”.
O Registro Nacional de Sinistros (RNS) foi criado a partir de problemáticas como essas, pois serve justamente para evitar fraudes, como o caso de um cliente que tenta receber indenização de várias seguradoras pelo mesmo sinistro.
Quais os benefícios do Registro Nacional de Sinistros (RNS)?
Como pontua o gerente de inteligência antifraude da CNseg, Eduardo Ruas Justo, esse sistema traz “agilidade e segurança nos processos das seguradoras”. Afinal, além da prevenção contra fraudes, ele também “apoia tanto na subscrição, como na regulação do sinistro”.
Nesse sentido, essa nova ferramenta tem a finalidade de apoiar a tomada de decisões mais estratégicas e seguras pelas seguradoras. Sendo mais específico, ele auxilia das seguintes maneiras:
- Aceitação de riscos, avaliando a frequência de sinistros do perfil;
- Recuperação de veículos;
- Processos de ressarcimento;
- Análise da concorrência das apólices, o que ajuda a entender se há múltiplos seguros para o mesmo bem;
- Identificação da área segurada (esse funcionalidade se aplica exclusivamente para o ramo de seguro rural);
- Verificação de coincidências entre sinistros, o que pode revelar padrões suspeitos.
Outro benefício que essa base de dados compartilhada sobre sinistros proporciona é que as seguradoras passam a melhorar sua precificação de riscos, já que podem usar dados mais precisos e históricos reais de sinistros.
Em outras palavras, a análise de risco deixa de ser feita apenas com base em declarações do cliente ou até mesmo em projeções genéricas.
Isso porque, com o auxílio do Registro Nacional de Sinistros (RNS), a seguradora pode considerar o comportamento passado de um segurado, a frequência e o tipo de sinistros já registrados.
Essa precificação mais justa e coerente evita que a seguradora cobre caro de quem tem pouco risco ou que cobre barato de quem tem mais chance de acionar o seguro.
Por que foi necessário implementar o Registro Nacional de Sinistros (RNS)?
A CNseg criou o Registro Nacional de Sinistros (RNS) como uma forma de combater práticas fraudulentas e garantir maior eficiência e transparência no mercado de seguros.
Embora exista um processo de análise de sinistro por parte das seguradoras, as fraudes e irregularidades ainda podem acontecer (os dados que citamos no começo deste conteúdo demonstram isso).
Agora, no entanto, graças ao RNS, o que se espera é que as fraudes envolvendo o acionamento de seguros diminuam.
Como ocorre o compartilhamento de dados entre as seguradoras?
No Registro Nacional de Sinistros (RNS), o compartilhamento de dados entre as seguradoras ocorre de forma colaborativa e segura.
Ou seja, as informações de sinistros são centralizadas em uma base de dados. Ah, e como falamos, eles são atualizados em tempo real, o que gera mais precisão.
Sendo assim, com esse sistema, as seguradoras associadas à CNseg conseguem acessar as informações relevantes para análise de riscos e identificação de possíveis comportamentos fraudulentos dos seus clientes.
Registro Nacional de Sinistros: um solução assertiva para combater fraudes nos seguros
Algo indiscutível sobre o Registro Nacional de Sinistros (RNS) é que a centralização e o compartilhamento de dados que essa ferramenta viabiliza é um avanço importante no setor de seguros.
Afinal de contas, ela protege tanto as seguradoras, que conseguem evitar fraudes, quanto os clientes, que se beneficiam com preços mais justos, já que o RNS ajuda a identificar quem representa mais ou menos risco.
Diante de tudo isso, o que a gente conclui é que se trata de uma solução que fortalece, com eficiência, toda a operação das seguradoras, desde a entrada de um novo cliente até o pagamento (ou não, se for o caso) de uma indenização.
Ficou com alguma dúvida?