Um grande volume de dados é produzido diariamente nas empresas. Entre eles, temos os dados de finanças, que dão origem aos relatórios financeiros, tema deste artigo.
Os relatórios financeiros têm uma enorme importância para as decisões e estratégias dos negócios. Afinal de contas, são esses demonstrativos econômicos que permitem ao gestor inferir se a empresa está financeiramente estável e se as metas estão em dia.
Mas, indo além disso, quais seriam os tipos de relatórios financeiros e quando usá-los? Ainda, o que deve constar nesse documento e como prepará-lo do zero? Essas e outras perguntas serão respondidas neste artigo, produzido para auxiliar na gestão financeira da sua empresa.
Não quer perder nenhuma informação? Então, acompanhe o artigo imperdível!
O que são relatórios financeiros?
Os relatórios financeiros são demonstrativos econômicos que apresentam dados detalhados sobre movimentações financeiras, receitas, despesas, custos e investimentos. Em suma, esse documento traz uma visão consolidada das finanças da organização.
Um relatório financeiro pode se dar em diferentes formatos: impresso em papel, digital em PDF ou apresentação, além do uso de gráficos e análises. Hoje, o formato digital é o mais comum deles, facilitando até mesmo o compartilhamento online entre todos os envolvidos.
Inclusive, com a atual difusão dos softwares de controle financeiro, muitos desses relatórios podem ser gerados em poucos cliques, de forma instantânea e em tempo real.
Qual o principal objetivo do relatório financeiro?
Os relatórios financeiros possuem como finalidade central fornecer informação relevante e confiável para a gestão e demais interessados. Desse modo, todos os envolvidos são capazes de tomar decisões melhores e mais acertadas no que diz respeito às operações.
Esses documentos cumprem o importante papel de garantir transparência e clareza perante outros agentes, o que inclui investidores, credores e outros envolvidos que necessitam tomar decisões baseadas em dados concretos sobre aplicar ou não seus recursos na companhia.
Além disso, a geração dos relatórios também visa suprir requisitos de alguns órgãos reguladores que exigem o fornecimento de informações específicas de natureza contábil e financeira.
Qual a importância de um relatório financeiro?
No atual cenário de alta competitividade, a geração de relatórios baseados em informações confiáveis é o que distingue as empresas de sucesso das medianas.
Isso porque os relatórios permitem uma gestão eficiente e organizada. Na gestão financeira, por exemplo, eles oferecem uma visão do orçamento, orientando desde a compra de produtos, até a abertura de novos horizontes de produtos e até mesmo a expansão das operações.
Para a organização, isso é importante para reduzir custos, manter o equilíbrio financeiro e, ainda, identificar novas oportunidades de crescimento. Com isso, os gestores podem agir com precaução e dar um passo de cada vez, garantindo segurança e eficácia nos planos e metas de crescimento.
Além disso, os relatórios também ajudam na avaliação do desempenho dos setores. Assim, a partir de uma análise 360, é possível identificar quais áreas apresentam um bom desempenho em determinado período e quais necessitam de melhorias nos resultados.
Não menos importante, os relatórios financeiros são fundamentais para o mercado e stakeholders. Isso porque as partes interessadas, que incluem desde investidores até outros parceiros, necessitam de dados para tomar decisões sobre investir e/ou colaborar com o negócio.
Quais são os tipos de relatórios financeiros?
Agora que vimos o que são, objetivo e importância dos relatórios financeiros, trouxemos também um apanhado das principais categorias do documento.
Conhecer cada um dos tipos de relatórios financeiros é importante porque, na gestão inteligente, devemos nos concentrar na organização e análise de diferentes perspectivas financeiras, como performance, fluxo de caixa, custos e auditorias.
Sendo assim, os tipos de relatórios são:
1 – Balanço patrimonial
É um relatório que visa mostrar a posição financeira de uma empresa em um determinado período. O balanço demonstra a capacidade da empresa de gerar lucros e honrar suas obrigações, refletindo sua saúde financeira.
Ou seja, o balanço patrimonial revela uma espécie de fotografia da empresa no momento, apresentando seus bens e direitos (ativos), assim como o que ela deve (passivos) e o que sobra (patrimônio líquido) – este último sendo a diferença entre os ativos e passivos.
Esse importante levantamento é normalmente realizado a cada 12 meses, sendo comum ao final de um ciclo anual completo (ou seja, em dezembro).
2 – Demonstração do resultado do exercício (DRE)
O DRE é um documento contábil que apresenta os resultados das atividades operacionais e não operacionais do negócio. Na prática, este relatório financeiro funciona como uma espécie de “lente de aumento”, demonstrando se a empresa está gerando lucro ou prejuízo em uma janela específica de tempo.
De acordo com a Lei nº 6.404/76, a divulgação da DRE ao fim de todo ano fiscal é uma obrigação para todas as empresas, com exceção do MEI.
No cálculo da DRE, são considerados:
- receita bruta de vendas;
- impostos e deduções;
- receita líquida;
- custos de vendas;
- lucro bruto;
- despesas operacionais;
- receitas e despesas financeiras;
- outras receitas e despesas;
- lucro operacional;
- impostos IRPJ e CSLL.
3 – Demonstração do fluxo de caixa (DFC)
Este relatório visa retratar a movimentação financeira da empresa. Seu objetivo é oferecer informações sobre os fluxos de entrada e saída de capital, baseados em sua origem, sendo elas: operacional, financeiro e investimentos.
É um documento obrigatório apenas para empresas de capital aberto ou para organizações de capital fechado com faturamento superior a R$ 2 milhões.
As informações do DFC são importantes pois ajudam a identificar com antecedência quando a empresa passar por prejuízos ou ganhos inesperados, fator fundamental para a contabilidade empresarial e que orienta as decisão dos gestores em diversas frentes.
4 – Demonstração das mutações do patrimônio líquido (DMPL)
O DMPL é um documento contábil que detalha o avanço do patrimônio líquido da empresa ao longo do tempo. Este relatório financeiro está diretamente ligado ao controle do fluxo de caixa da empresa e tem como função monitorar as finanças da organização.
Essa demonstração financeira é obrigatória apenas para empresas de capital aberto, portanto não é uma exigência para aquelas de capital fechado.
A fórmula para descobrir a DMPL é:
Patrimônio líquido = Bens + Direitos – Obrigações
5 – Demonstração do valor adicionado (DVA)
A DVA é outro exemplo de relatório contábil, cujo objetivo é mensurar o volume de riqueza gerado pela empresa e o como ela foi distribuída à sociedade, empregados, acionistas, etc.
Em resumo, sua função é descobrir quem ficou com cada “fatia do bolo” (riqueza gerada). Assim, os órgãos de administração pública são capazes de avaliar o quão benéfica é a instalação de uma empresa para a sociedade.
Anualmente, todas as empresas de capital aberto devem enviar esse demonstrativo, juntamente com os demais relatórios de contabilidade que são exigidos.
6 – Relatório de análise financeira
O relatório de análise financeira, como o nome sugere, avalia diversos quesitos financeiros da operação. Entre eles, liquidez, endividamente, rentabilidade e investimentos, com o objetivo de entender a saúde financeira da empresa em um dado período.
Assim como um exame de sangue avalia a nossa saúde geral, o relatório de análise financeira faz um diagnóstico da saúde financeira da empresa e permite ao gestor identificar áreas de equilíbrio ou necessidade de melhoria.
Com dados confiáveis, o gestor pode dar os próximos passos sem medo.
Isso porque ele fica melhor preparado para realizar o planejamento estratégico, apresentar números fiéis e organizados para atrair investidores, descobrir onde economizar e determinar se as campanhas estão sendo ou não positivas.
7 – Relatório de análise de desempenho
O relatório de análise de desempenho busca mensurar a produtividade da força de trabalho da empresa – o que inclui a avaliação individual de profissionais, do setor específico, ou ainda de unidades distintas em diferentes cidades ou áreas (quando a empresa as possui).
No relatório de análise, devem ser considerados os KPIs (indicadores de desempenho) definidos pela empresa. No contexto de desempenho, alguns KPIs mais utilizados são o indicador de capacidade, de produtividade, estratégico e indicador de qualidade.
8 – Relatório de variações patrimonais (RVP)
Também conhecido como demonstração das variáveis patrimoniais, o RVP é um relatório que mostra as alterações no patrimônio de uma entidade ao longo de um período.
Focado no patrimônio público, este relatório mostra as mudanças no patrimônio, sejam ligadas ou não à execução orçamentária, e apresenta o resultado patrimonial do exercício. Considera, por exemplo, o pagamento da folha dos servidores, aquisição de bens permanentes, consumo de material, depreciação de ativos, etc.
9 – Relatório de auditoria financeira
No relatório de auditoria financeira, devem ser apontadas eventuais inconsistências ou riscos nos registros financeiros. Assim, funcionando como uma espécie de “vistoria de segurança”, o objetivo é verificar se tudo está em ordem e dentro das regras.
O documento deve ser imparcial, focado em observar os pontos positivos, pontos negativos e elaborar conclusões sobre os resultados encontrados.
É de suma importância que o relatório seja bem estruturado e vá direto ao ponto, de modo que as diferentes lideranças futuras responsáveis possam entendê-lo claramente. Os resultados obtidos apontarão ao responsável o que deverá ser feito a partir disso.
10 – Relatório de análise de custos
Como o nome indica, o relatório de análise de custos tem como objetivo avaliar os custos da empresa e identificar possíveis desperdícios e oportunidades de redução.
Que atire a primeira pedra quem nunca revisou a lista de compras do supermercado para cortar itens desnecessários e economizar um dinheiro, não é mesmo?
No contexto corporativo, a análise de custos envolve os custos fixos, custos variáveis, custos diretos e custos indiretos. Para fazer a análise, é preciso calcular o custo total (sempre classificando as despesas desse custo total final entre custos fixos e custos variáveis).
A geração desse relatório financeiro deve ser uma prática constante nas organizações. O motivo é que os custos e investimentos podem variar ao longo do tempo, sendo esse controle essencial para identifica os custos atuais reais, otimizar gastos e reduzir os prejuízos.
11 – Relatório de contas a pagar e a receber
Este documento detalha as obrigações da empresa (contas a pagar) e os valores financeiros a serem recebidos (contas a receber). Tão simples quanto isso.
É como se fosse uma grande agenda que contempla os compromissos financeiros: nela, você deve listar tudo o que a empresa deve e o que vão pagá-la. Seu objetivo é garantir o controle do fluxo de caixa, evitar inadimplências, atrasos e planejar as finanças.
O documento possui informações como datas de vencimento, valores das transações, forma de pagamento, juros e multa.
12 – Relatório de dívida
O relatório de dívidas apresenta informações detalhadas sobre as dívidas da companhia. No material, devem constar informações como prazos, juros e credores.
Este relatório financeiro é importante para monitorar a evolução das dívidas da empresa ao longo de determinado período, garantir à gestão financeira a capacidade de pagamento dentro dos prazos e facilitar o planejamento financeiro.
O que deve constar em um relatório financeiro?
Que tal descobrir agora o que não pode faltar ao criar seus relatórios gerenciais, independentemente do tipo de relatório? Confira algumas regras gerais:
- Incluir título claro e objetivo;
- Período de apuração, com datas de início e fim da análise;
- Dados financeiros precisos, revisados previamente;
- Fontes das informações utilizadas no relatório;
- Gráficos e tabelas para facilitar a interpretação;
- Resumo dos principais pontos apresentados;
- Identificação do responsável pela elaboração do relatório.
Como fazer um relatório financeiro: 5 dicas
Como destacamos ao longo deste artigo, os relatórios financeiros têm uma enorme importância no que diz respeito a gestão financeira eficiente da empresa.
Nesse sentido, a criação, ou mesmo organização de um relatório bem elaborado, necessita atender a alguns requisitos básicos para garantir o seu sucesso, sendo eles:
1 – Definir o objetivo do relatório
Um relatório não tem razão de existir se não houver um objetivo claro por trás dele. Portanto, antes de organizar os dados e as informações, tenha clareza do tipo de visão detalhada você deseja obter a partir do material a ser criado.
2 – Coletar informações necessárias
Tendo estabelecido o objetivo, é preciso coletar e reunir os dados financeiros que serão relevantes para o seu relatório financeiro. Como vimos, eles podem incluir, por exemplo, as receitas, despesas, ativos e passivos. Lembre-se: use fontes de dados confiáveis, sempre.
3 – Estruturar o relatório e organizar as informações
O relatório financeiro precisa ser claro e objetivo. Nada de apresentar informações de forma demasiadamente complicada, combinado?
Lembre-se sempre de que o objetivo do material é justamente tornar mais acessíveis as informações que são relevantes e que você deseja promover. Para tanto, crie uma estrutura lógica que faça sentido para o material, incluindo introdução, dados, análise, conclusão, etc.
4 – Elaborar gráficos e tabelas
O cérebro humano processa imagens mais rapidamente do que textos. Portanto, usar gráficos e tabelas torna os relatórios mais memoráveis e faz com que jamais sejam ignorados. Em contextos de detalhamento de cifras financeiras, as tabelas também são um recurso bastante útil.
5 – Revisar e validar
Após a elaboração, o relatório deve ser revisado e validado por gestores ou partes interessadas. Como visto, alguns relatórios exigem revisões frequentes, enquanto outros são anuais. Por isso, é importante validar sempre a necessidade de atualizações de cada relatório.
Conclusão
Neste artigo, vimos que os relatórios financeiros são importantes para manter a gestão empresarial munida de dados relevantes e confiáveis.
Nos dias atuais, com o volume altíssimo de dados financeiros produzidos, não existe desculpa para uma gestão financeira desorganizada, certo?
Ainda é possível tornar esse processo mais simples com o uso de ferramentas como APIs, Business Intelligence (BI) e sistemas ERP, reduzindo falhas humanas comuns, permitindo o acesso a dados em tempo real e usando a automação para gerar relatórios.
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