O risco operacional é o conjunto de incertezas e riscos que uma empresa enfrenta ao realizar suas atividades industriais, comerciais e operacionais no dia a dia. Entre esses riscos, incluem-se falhas em processos internos, pessoas e sistemas que podem comprometer a operação.
Empresas de todos os tamanhos e segmentos precisam estar atentas a esses riscos, pois eles podem afetar os processos operacionais, a eficiência organizacional e, em certas ocasiões, até mesmo causar a completa interrupção das operações do negócio.
Como você vai conferir a seguir, mapear os riscos é o primeiro passo para a mudança. Em segundo lugar, é necessário avaliar esses riscos, classificá-los de acordo com a gravidade que apresentam à operação e, por fim, gerenciar essas ameaças.
Pensando nisso, neste artigo você vai conferir os principais pontos que todo empresário e gestor precisam saber sobre os riscos operacionais. Confira:
O que é considerado um risco operacional?
Em um plano de gestão de riscos, existem várias ameaças às quais o empresário precisa se precaver para evitar consequências negativas ao negócio. Dentre as principais, temos o risco financeiro, estratégico, de mercado, reputacional e, enfim, o risco operacional.
Um risco operacional é toda ou qualquer ameaça que tenha relação direta com os processos internos da empresa, como: erros humanos, falhas de sistema, fraude humana, problemas de comunicação, fragilidade no controle interno, etc.
Para muitos, o risco operacional representa o principal fator de ameaças. Isso porque ele muitas vezes envolve questões difícieis de prever e antecipar, como pequenas falhas que se acumulam ao longo do tempo e acabam passando despecebidas pela gestão.
Finalmente, quando a ameaça já se concretizou, as antigas falhas podem até parecer óbvias. Mas aí, infelizmente, já é tarde demais para se fazer algo a respeito.
Com base nesse conceito, é importante saber que o risco operacional se divide em três categorias: risco organizacional, risco pessoal e risco de operação.
O risco organizacional está ligado a processos, planejamento, metas e comunicação. O risco pessoal se refere ao capital humano da empresa, ou seja, todos os envolvidos na operação. Já o risco de operação está diretamente relacionado a falhas de sistema, falta de manutenção, uso de equipamentos ou treinamento inadequado, entre outros fatores.
Dentro dessas três categorias, existem ainda os diferentes tipos de riscos operacionais, sobre os quais vamos abordar no tópico seguinte:
Quais são os principais tipos de riscos operacionais nas empresas?
Há uma variedade de riscos operacionais presentes na rotina corporativa. O principal desafio é identificar precisamente esse tipo de risco, pois como dito ali atrás, nem sempre eles são tão visíveis para que possam ser contornados a tempo na operação.
A seguir, confira os principais:
Falhas humanas
Dentre as inúmeras atividades realizadas diariamente por funcionários, fornecedores e parceiros, sempre existe a chance de erros, negligência e falta de treinamento. Isso pode implicar em falhas humanas, que colocam em xeque a eficácia e segurança das operações.
Imagine, por exemplo, que ao separar produtos para o envio, um operador de logística confunda os destinos e acabe despachando os itens para o cliente errado. A situação gera custos adicionais à operação, além de provocar reclamações do cliente.
Falhas nos sistemas
Apesar de projetadas para minimizar erros, as máquinas também falham. Falhas mecânicas em equipamentos e até bugs no software podem ameaçar o correto funcionamento, causar interrupções na produção, atrasos nas entregas e perda de produtividade.
Para melhor traduzir a seriedade deste risco operacional, um estudo da PwC com 160 líderes e executivos de risco no Brasil revelou que 38% consideram o risco de falhas operacionais um dos maiores desafios tecnológicos nas empresas.
Por exemplo: uma falha na atualização dos dados de estoque exibe a quantidade incorreta de produtos disponíveis, o que impede o atendimento das solicitações dos clientes.
Falhas de segurança
Se por um lado a tecnologia facilitou a rotina das empresas, por outro trouxe um acréscimo aos riscos que precisam enfrentar. Isso porque o amplo volume de dados e informações gerado tornou as empresas mais expostas a possíveis ameaças.
O resultado disso? Um aumento cada vez mais crescente no volume de ameaças virtuais. No contexto brasileiro, inclusive, o assunto fica ainda mais sério: apenas em 2023, foram registrados mais de 60 bilhões de tentativas de ataques cibernéticos.
Entre outras razões, isso é resultado de falhas de segurança cibernética como falta de gestão adequada dos acessos de usuários, senhas e códigos fracos, além de softwares e sistemas desatualizados que deixam brechas para a ação dos criminosos virtuais.
Tal contexto coloca a falha de segurança como um dos riscos operacionais mais graves que a empresa pode sofrer, com sérios riscos financeiros e de reputação.
Por exemplo: um ataque cibernético em um hospital participar expõe dados sigilosos de pacientes, colocando em risco a reputação da organização.
Fraude
No contexto dos riscos operacionais, a fraude é todo ato intencional cometido por funcionários, parceiros ou outros indivíduos com a finalidade de manipular informações para alcançar vantagem financeira ou outros benefícios.
Em suma, trata-se de um ato de má fé que pode vir de onde se menos espera: justamente daqueles que, em teoria, deveriam zelar por atividades honestas e lícitas. Algumas práticas comuns são a manipulação de relatórios, superfaturamento de preços e desvio financeiro.
Exemplo: colaboradores do setor de compras, em parceria com fornecedores, superfaturam o preço de um produto e ficam com parte do valor extra para obter lucro próprio.
Deficiência de estruturas
As empresas buscam construir e manter estruturas sólidas, pois assim podem garantir a continuidade do negócio e o sucesso das operações. Contudo, diversas situações, inclusive as explanadas acima, podem enfraquecer essas bases e tornar o negócio instável.
Além disso, a deficiência de estruturas também pode ser causada por falta de recursos, infraestrutura empresarial inadequada e processos mal organizados. E tudo isso, infelizmente, torna-se um terreno fértil para os riscos operacionais.
Um simples exemplo é um armazém de defensivos agrícolas que, por falta de ventilação adequada, sofreu prejuízos financeiros devido à degradação dos produtos químicos.
Qual o impacto dos riscos operacionais para a gestão das empresas?
Os riscos operacionais, quando concretizados, refletem um impacto bastante negativo às operações, indo de perdas financeiras ao desgaste da liderança empresarial. A seguir, elencamos suas principais consequências:
Perdas financeiras
Se ocorrer uma falha nos processos de uma empresa, por exemplo, a organização vai precisar investir em medidas de correção urgentes, retrabalhos e, em casos mais extremos, custear indenizações e multas regulatórias. Tudo isso gera custos – muitas vezes não previstos pela organização, acarretando prejuízos financeiros.
Prejuízos à reputação da marca
A reputação é um dos ativos mais importantes a ser zelado nas empresas.
No entanto, caso consumidores, funcionários ou parceiros de uma companhia sejam prejudicados por um eventual risco empresarial, tudo pode desmoronar de repente. Mesmo com investimentos em recursos para reverter a situação, a recuperação pode infelizmente levar anos.
Perda de clientes
Mesmo clientes fiéis podem, de uma hora para a outra, abandonar uma marca que não esteja alinhada com seus valores – seja esse valor a qualidade, transparência ou outro atributo que valorizam.
Vejamos um exemplo: um restaurante de grande status possui uma base sólida de consumidores, mas um cliente divulga na internet as péssimas condições de higiene da cozinha do estabelecimento. Essa quebra de confiança resulta na perda de consumidores.
Desvantagem competitiva
À medida que a empresa perde consumidores, esses clientes acabam procurando pela concorrência. Porém, não apenas os clientes, como também stakeholders e colaboradores podem ser levados a buscar alternativas mais confiáveis. Em todos esses cenários, a organização perde a sua posição competitiva e participação no mercado.
Aumento dos custos operacionais
Imagine precisar, de repente, cobrir custos operacionais altíssimos para evitar prejuízos ainda maiores. Em muitos casos, é isso o que ocorre em uma organização quando um risco operacional se concretiza.
Esses custos envolvem reparos em sistemas, contratações emergenciais ou investimento em auditorias para solucionar as falhas.
Desgaste da liderança
O desgaste da gestão é outro impacto negativo dos riscos operacionais. Afinal, em vez de atuar em questões mais estratégicas para o negócio, os líderes investem mais tempo gerenciando crises na tentativa de apagar incêndios. Esse cenário é como tentar enxugar gelo: um problema se resolve, mas outro surge logo em seguida.
Ao desgastar a liderança, a motivação da equipe também é prejudicada como efeito cascata.
Como identificar um risco operacional?
É impossível manejar um risco operacional sem antes identificar quais são os tipos de riscos que você está encarando na operação. Nesse sentido, o primeiro passo é ter uma visão clara de todo o cenário de risco da sua operação.
Em um primeiro momento, isso deve incluir uma revisão das políticas, procedimentos e processos envolvidos na operação. Observe cada etapa com atenção, buscando identificar onde estão as possíveis fragilidades que se traduzem em eventuais ameças.
Outro ponto importante é considerar todo o histórico dos setores da organização, pois os registros passados podem apontar padrões ou áreas críticas de riscos futuros.
É fundamental envolver a equipe na identificação dos riscos operacionais, afinal são eles quem vivenciam todos os processos diariamente. E, nesse momento, os responsáveis também devem observar fatores como segurança de dados, comunicação interna, entre outros.
Para finalizar, é importante também olhar “para fora”, ou seja, observar os riscos externos que possam comprometer o funcionamento da operação interna. Afinal, como vimos anteriormente, há fatores de riscos que envolvem os fornecedores, ameaças digitais, além das particularidades específicas do mercado em que o negócio está inserido.
Mas este é apenas o primeiro passo. Confira, a seguir, após identificar os riscos operacionais, as demais etapas do gerenciamento de riscos:
Como fazer gestão de riscos?
Após identificar os riscos, essas ameaças precisam ser avaliadas e classificadas conforme o nível de impacto que representam. Em seguida, deve-se desenvolver uma estratégia eficiente para mitigar tais riscos e/ou reduzir seus impactos.
A estratégia deve conter todas as medidas a serem tomadas caso ocorra um evento inesperado.
A operação também precisa introduzir medidas de controle, o que inclui procedimentos e políticas internas de prevenção e mitigação das ameaças. Os funcionários e demais envolvidos precisam receber treinamentos à altura para agir adequadamente diante de situações inesperadas.
Além disso, tão importante quanto fazer a gestão de riscos é documentar o processo, através de relatórios claros para comunicar as partes interessadas. Por último, o plano de gestão de riscos operacionais é um organismo vivo, portanto, deve ser revisado e atualizado regularmente.
Para conferir em maiores detalhes as dicas sobre como fazer a gestão de riscos, confira nosso outro artigo completo onde abordamos o passo a passo.
Qual a importância dos seguros empresariais em caso de riscos operacionais?
Todo gestor sabe que nem tudo é previsível nos negócios e conhece os desafios que isso envolve.
Perguntas como “E se eu for vítima de uma fraude ou sabotagem?” ou “E se o processo falhar diante de uma situação X?” são recorrentes. É nesse ponto que a contratação de um seguro faz toda a diferença.
Nessas situações, os seguros empresariais atuam como uma camada adicional de proteção, tornando o plano de contingência de riscos mais robusto e eficiente.
Por exemplo, em caso de uma falha de segurança nos sistemas que permita a invasão de hackers e o acesso a dados sigilosos, a proteção oferecida por um seguro cibernético cobre os prejuízos. Esse tipo de cobertura dá suporte ao empresário para recuperação, reparos ou compensações financeiras, protegendo o caixa da empresa.
Assim, contar com a especialização de uma corretora de seguros é garantir suporte técnico e especializado em momentos críticos. Essa parceria oferece a tranquilidade e a eficiência necessárias para lidar com os imprevistos e minimizar os impactos ao negócio.
Conclusão
Neste artigo, discutimos que os riscos operacionais estão diretamente relacionados à atuação interna de uma empresa. Eles abrangem situações como falhas humanas e em sistemas, vulnerabilidades na segurança, fraudes e deficiências estruturais.
Além dos impactos financeiros, os riscos operacionais podem prejudicar a marca e provocar crises de reputação, perda de consumidores, gerar desvantagem competitiva, elevar custos e até desgastar a liderança da empresa.
Estar de olho nos riscos operacionais significa zelar pela segurança e continuidade do negócio. Afinal, tais situações descritas acima podem interromper as atividades e, em casos mais extremos, levar ao encerramento total das operações.
Então, pronto para enfrentar os riscos operacionais em sua empresa? Aproveite nossas dicas para colocar o plano em prática e ter sucesso na operação!
Para ler mais sobre negócios e seguros, acompanhe o blog da Mutuus Seguros, com artigos semanais que farão a total diferença em sua gestão de riscos.
- Para continuar aprendendo: Responsabilidade Civil Operações: o que você precisa saber sobre o Seguro RC Operações.
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