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Seguro de rebanho: o que é? Veja como funciona o seguro para animais, quais os rebanhos segurados e importância

Produtores rurais que trabalham com criação de animais precisam estar precavidos para lidar com as adversidades como doenças e acidentes. Essas situações podem surgir a qualquer momento e prejudicar os negócios. Para tanto, existe no mercado segurador o seguro de rebanho.

A apólice é uma importante aliada principalmente de quem atua com animais destinados a consumo, produção, cria, recria e engorda. Além disso, uma das vantagens da modalidade é o fato de ser contemplada pela subvenção federal.

Isso porque a pecuária é um pilar fundamental do agronegócio brasileiro e muito importante para a economia do país. Em 2023, o crescimento econômico nacional foi impulsionado pela alta de 15,1% da agropecuária – a maior alta do setor desde que a pesquisa começou a ser realizada, em 1995, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Neste artigo, tratamos sobre o seguro de rebanho, os principais tipos e coberturas e a sua relevância para os pecuaristas que atuam em diferentes frentes. Acompanhe para saber tudo!

O que é seguro de rebanho?

Trata-se de um tipo de seguro rural ou seguro agro, modalidade mais ampla que garante o pagamento de indenização para produtores rurais em caso de sinistros relacionados à atividade agrícola. 

Dentro dessa categoria, está o seguro de animais, que cobre situações que envolvem os animais de uma propriedade. Este pode ser de dois tipos – individual ou de rebanho. 

O funcionamento de ambos é semelhante, mas no caso do seguro rebanho, tema deste artigo, a apólice é voltada para um grupo de animais, que pode ser bovinos, suínos, equinos, caprinos, bubalinos ou outros.

O seguro pecuário, como também pode ser chamado, costuma incluir coberturas para acidentes, fraturas, parto, doenças, ataque de outros animais, intoxicação, acidentes durante o transporte e outros eventos que podem afetar a saúde do rebanho. 

Quem deve fazer o seguro de rebanho?

Ainda que exista muito cuidado no sentido de agir para prevenção de situações indesejadas, todos os pecuaristas estão expostos a condições que podem colocar em risco os seus animais. 

Sendo assim, produtores de todos os portes que trabalham com a criação para atividade produtiva – seja para produção de carne, leite ou lã, por exemplo – deveriam contar com uma apólice para gerenciar circunstâncias de crise.

Isso inclui empreendedores que trabalham com diferentes sistemas de criação, tanto os modelos de pecuária extensiva, quanto granjas, semiconfinamentos, confinamentos e todos aqueles referentes à produção de leite.

Como funciona o seguro de rebanho?

A finalidade do seguro de rebanho é mitigar as consequências negativas de sinistros causados por doenças ou outros incidentes que comprometam a saúde dos animais pertencentes ao produtor rural. 

Dessa forma, o pecuarista contrata a apólice e a seguradora passa a se responsabilizar diante das situações cobertas pelo contrato. Assim, caso um desses eventos aconteça, o segurado aciona o seguro e fornece a documentação necessária. 

Após essa formalização e envio de documentos, comprovando-se o ocorrido e estando o pagamento do prêmio em dia, a companhia seguradora paga a indenização, conforme o valor máximo da cobertura contratada. 

Quais são os principais tipos de seguro de rebanho?

Os tipos de seguro de rebanho variam conforme a espécie animal para qual é destinada a apólice. Nesse sentido, existe uma grande variedade e a seguir tratamos sobre os principais. Confira! 

Seguro de rebanho bovino

O seguro para gado é voltado para animais com certificado oficial de associação de raça e cobre bovinos usados na produção de leite, carne e envolvidos em outras atividades. O seu objetivo é garantir indenização em caso de morte por diferentes riscos, conforme as coberturas contratadas. 

Embora em 2022 o rebanho bovino brasileiro tenha alcançado novo recorde de 234,4 milhões de animais, infelizmente o seguro de rebanho bovino ainda é pouco conhecido pelos pecuaristas.

Isso é muito sério, pois situações como a morte de 1,1 mil cabeças de gado por intoxicação que ocorreu em uma fazenda do Mato Grosso do Sul podem ocasionar um prejuízo muito grande.

Seguro de rebanho suínos

A carne de porco é a mais produzida e consumida no mundo e a produção desse rebanho no Brasil é muito moderna e desenvolvida. A cadeia produtiva dos suínos é bastante complexa e contar com a proteção do seguro rebanho suínos é muito importante para evitar prejuízos.

Seguro de rebanho bubalinos

Os bubalinos também são contemplados pelo seguro de rebanho. Trata-se de animais domésticos de origem asiática da família dos bovídeos. Entre as raças mais conhecidas no Brasil, estão, por exemplo, Carabao, Murrah e Jafarabadi. O rebanho de bubalinos no Brasil é de 1.598.268 cabeças, conforme dados do IBGE.

Seguro de rebanho caprinos

Bodes e cabras fazem parte do rebanho caprino, composto por 12.366.233 cabeças no Brasil, segundo o IBGE

Essa criação é especialmente importante para o semiárido nordestino, sendo a sua rentabilidade baseada na produção de leite, da pele e da carne. Um dos tipos do seguro de rebanho é voltado para essa espécie, que compreende diferentes padrões raciais.

Seguro de rebanho equino

O seguro para cavalos é mais um tipo de seguro de rebanho existente, sendo muito relevante, uma vez que existem equinos que têm um valor altíssimo. Imagina perder animais por queda de raio, por exemplo? Ao contar com a apólice, evita-se o prejuízo que uma situação desse tipo pode causar.

O que o seguro de rebanho cobre?

O seguro de rebanho cobre diferentes situações, entre as quais os eventos que detalhamos a seguir – que são as principais coberturas dessa modalidade de apólice.

Doenças

Cobre casos de morte por doenças de caráter não epidêmico, como infecção generalizada e enfermidades infectocontagiosas, parasitárias e orgânicas em geral. Além disso, também pode incluir doenças infectocontagiosas endêmicas e epidêmicas preveníveis, como brucelose e tuberculose, desde que comprovada a vacinação.

Acidente

Cobertura para eventos externos, súbitos, fortuitos, violentos e involuntários causadores de lesões físicas ao animal segurado e que resultem na morte ou outro dano provocado por risco coberto ao animal segurado.

Incêndio, raio, insolação e eletrocussão

A apólice também cobre toda e qualquer combustão fora do controle do homem que cause dano ou morte ao animal. Ademais, também cobre queda de raio, dano causado por exposição prolongada ao sol e morte causada por descarga elétrica.

Envenenamento, intoxicação e ingestão de corpo estranho

Casos de envenenamento, intoxicação e ingestão de corpo estranho que causem morte ou danos aos animais segurados também estão cobertos pelo seguro de rebanho.

Asfixia por sufocamento ou submersão

Dificuldade ou impossibilidade de respirar causada por estrangulamento, afogamento, inalação de gases tóxicos, obstruções mecânicas ou infecciosas das vias aéreas superiores. Ou seja, situações que caracterizam asfixia são cobertas pela apólice, assim como submersão.

Luta, ataque ou mordedura de animais

Morte ou dano em consequência de luta, ataque, picada ou mordedura de animais também estão entre as principais coberturas do seguro de rebanho.

Parto ou aborto

Cobertura para aborto ou parto distócico. Este é caracterizado por ser um parto difícil por impedimentos que o feto encontra para ser expulso do útero devido a problemas de origem materna, fetal ou os dois juntos.

De acordo com as condições gerais definidas pela Superintendência de Seguros Privados (SUSEP), a distocia pode variar de um ligeiro atraso no processo e complicar até a completa incapacidade de parir.

Quais riscos o seguro de rebanho não cobre?

Os riscos excluídos são situações não previstas entre as coberturas de uma apólice. No caso do seguro de rebanho, entre os eventos não cobertos estão morte ou dano do animal segurado quando em decorrência dos riscos ou perdas causadas por:

  • Inobservância das práticas normais e regulares de criação, especificadas ou não na apólice, assim como excesso de animais por unidade de área, deficiência das instalações ou alimentação em geral e que resultem em morte por inanição ou desidratação;

  • Acidente ocorrido quando o animal segurado estava solto ou abandonado na beira da estrada;

  • Fuga, furto simples ou desaparecimento do animal;

  • Doenças preexistentes;

  • Doenças epidêmicas ou infectocontagiosas, como botulismo, raiva, tétano e outras quando não for realizada a vacinação adequada;

  • Transporte do animal – só estará incluído se for contratada como cobertura adicional;

  • Terremotos, maremotos, ciclones, erupções vulcânicas e outros cataclismos da natureza;

  • Radiações ionizantes e radioatividade;

  • Prejuízos decorrentes de greve de funcionários, repartições públicas ou fornecedores;

  • Maus tratos, atos de crueldade e outros atos praticados com culpa ou dolo;

  • Danos morais ou estéticos;

  • Lucros cessantes;

  • Intervenção cirúrgica desnecessária.

Quais os benefícios de fazer o seguro de rebanho?

Proteger os animais e os custos de criação é muito importante para a manutenção das atividades do produtor. Por essa razão, o seguro de rebanho é tão relevante para os produtores rurais.

Dessa forma, garante-se a estabilidade financeira do empreendimento, trazendo tranquilidade para o pecuarista e também para os funcionários que trabalham no negócio. 

Como já mencionamos, uma grande vantagem do seguro rebanho é a possibilidade de inserção no Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural. Trata-se de uma iniciativa do Governo Federal para incentivar a atividade agropecuária. Assim, o programa prevê a transferência corrente destinada a cobrir despesas da apólice.

Qual é o valor do seguro de rebanho?

Alguns fatores são determinantes para o valor que o produtor rural pagará pelo seguro de rebanho. Entre eles estão as coberturas contratadas, a localização da propriedade e o histórico de sinistros. 

Mas não para por aí, fatores como a raça e o valor dos animais também são importantes, afinal raças de elite ou raras exigem prêmios mais altos. Da mesma forma, a idade dos animais também influencia no custo, pois animais mais velhos apresentam maiores riscos de doenças e acidentes.

Sinistro com o rebanho: como acionar o seguro?

Em caso de sinistro, a primeira atitude que o segurado deve tomar é comunicar à seguradora sobre o ocorrido, com o fornecimento de todas as informações e documentos pessoais solicitados para a formalização do comunicado no aviso de sinistro.

Para a comprovação do sinistro, a seguradora exige o envio de uma série de documentos, incluindo atestado de óbito ou laudo de necropsia, exames complementares, documentação da vacinação e outros.

A seguradora poderá realizar inspeções e vistorias para complementar a análise das circunstâncias do evento e realizar a avaliação do sinistro, devendo o segurado colaborar para que isso aconteça.

Quais seguradoras fazem seguro de rebanho?

  • BB Seguros;
  • Bradesco Seguros;
  • MAPFRE Seguros;
  • Swiss Re.

Como contratar seguro de rebanho?

Como o próprio nome indica, o seguro de rebanho só poderá ser contratado para um coletivo de animais. Via de regra, as seguradoras exigem no mínimo 10 animais para bovinos, bubalinos, caprinos e ovinos e 100 animais para o caso dos suínos.

O interessado deve entrar em contato com uma corretora de seguros de sua confiança para poder comparar as opções existentes no mercado. Em um primeiro momento, será importante avaliar as necessidades específicas da propriedade e do rebanho para optar pelas coberturas adequadas.

O corretor poderá auxiliar nesse processo e também na escolha da apólice que apresentar o melhor custo-benefício para o seu negócio. 

Conclusão

O seguro de rebanho é um tipo de seguro rural voltado para produtores de animais de diferentes espécies, como bovinos, suínos, equinos, caprinos, bubalinos e ovinos.

Produtores de todos os portes que trabalham com a criação de animais para atividade produtiva deveriam contratar uma apólice dessa modalidade para garantir a proteção do seu negócio em relação a eventos indesejados.

A apólice costuma ter entre as suas coberturas principais doenças, acidentes, incêndio, queda de raio, eletrocussão ou insolação, intoxicação e envenenamento, asfixia ou submersão e luta ou picada de animais.

O seguro protege o investimento do pecuarista, sendo crucial para a garantia da continuidade do negócio mesmo em contextos críticos.

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