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SPOC no mercado de seguros: o que é, quem pode ser Sociedade Processadora de Ordem do Cliente e como funciona? 

O que é SPOC no mercado de seguros?

Isso ficará mais claro durante a leitura, mas… por meio dela, o consumidor basicamente consegue acessar seus dados que, atualmente, estão nos sistemas das seguradoras.

Isso, consequentemente, gera diversos benefícios, sobretudo para o cliente, que ganha mais autonomia.

Claro, há um punhado de outros detalhes sobre esse tema, como quem pode ser SPOC, então elaboramos este artigo completo para abordá-lo em detalhes. Continue lendo!

O que é SPOC em seguros?

No mercado de seguros, SPOC significa Sociedade Processadora de Ordem do Cliente

Nesse sentido, uma SPOC atua como intermediária digital entre os consumidores e as seguradoras. Conforme a própria Superintendência de Seguros Privados (SUSEP):

“As SPOCs são entidades que, uma vez credenciadas pela Susep, podem atuar provendo serviços ao consumidor de agregação de dados, painéis de informação e controle ou, ainda, mediante o consentimento do cliente, representá-lo, prestando serviços relacionados à iniciação de movimentação financeira”.

Assim, uma SPOC permite o compartilhamento seguro de informações, processando as ordens dos clientes, como:

  • Contratações;
  • Endossos;
  • Sinistros;
  • Resgates de produtos de seguros, previdência complementar e capitalização.

Colocando tudo isso em termos mais simples para facilitar o entendimento, considere a fala do professor da ENS, Gustavo Leança, sobre o que é uma SPOC:

“É o corretor digital dentro do Open Insurance. É a possibilidade de que, por meios 100% online, você consiga acessar os dados do Open Insurance e ali inicie processos como contratação, endosso, renovação e até uma agregação de dados”.

Ele também traz que, hoje, isso é algo que o corretor acaba não conseguindo oferecer ao cliente, porém, “a partir do momento que ele for um SPOC, ele vai conseguir acessar os dados do Open Insurance” e, assim, “ofertar esse tipo de serviço para o seu cliente final”.

O que é Open Insurance?

Segundo a Resolução CNSP 415/2021, o Open Insurance refere-se ao “compartilhamento padronizado de dados e serviços por meio de abertura e integração de sistemas no âmbito dos mercados de seguros, previdência complementar aberta e capitalização”.

Em termos claros, ele se baseia no compartilhamento de dados com consentimento dos clientes. 

Mas… qual o real objetivo disso?

Democratizar o acesso a dados e serviços entre os participantes do mercado de seguros, como seguradoras, insurtechs e corretores. Isso aumenta a transparência e a concorrência no setor, ampliando a variedade de produtos disponíveis para os consumidores e permitindo uma melhor personalização dos serviços.

Aliás, sobre novos mercados e a importância das SPOCs, Cássio Amaral, sócio do Machado Meyer Advogados, pontua:

“Se existe a percepção de haver algum problema, em um determinado perfil, de exaustão mental, por exemplo, as empresas podem criar programas de saúde mental, com acesso a academia, psicólogos, terapias e assim por diante”.

Ele também menciona que, quando se trata do processo de indenização, os “sinistros poderão ser regulamentados em questão de horas e, em muitos casos, o beneficiário até receber uma indenização quase instantaneamente”.

Para que serve a SPOC?

Se colocarmos a finalidade da SPOC em uma frase só é: facilitar a vida dos consumidores e das seguradoras no mercado de seguros

Isso porque, como falamos, ela é a intermediária digital que ajuda a processar as solicitações dos clientes de forma segura e eficiente. Aqui estão algumas das funções da SPOC:

  • Garante que as informações pessoais do consumidor e dados de apólice sejam compartilhados de forma segura com as seguradoras;

  • Cuida de pedidos como contratação de seguros, alterações na apólice (atualizar informações, por exemplo) e acionamento de sinistros;

  • Permite que as seguradoras ofereçam produtos e serviços mais personalizados com base nos dados que o consumidor compartilha;

  • Melhora a experiência do cliente, afinal, torna o processo de lidar com seguros mais rápido e conveniente.

Nesse sentido, vale destacar o que afirma Antonio Cássio dos Santos, ex-CEO da Generali: 

“A Spoc vai aumentar a consciência do cliente de seguros porque ele vai saber se paga caro ou barato, se as coberturas estão corretas para sua fase de vida, vai descobrir produtos que protegem necessidades que ele não conhecia”.

Como funciona a SPOC?

Como você já deve ter entendido, a Sociedade Processadora de Ordem do Cliente (SPOC) está no centro no contexto do Open Insurance — o sistema de seguros abertos no Brasil. 

Assim, sabendo que seu papel é facilitar a comunicação e o compartilhamento de dados entre clientes e seguradoras, ele otimiza processos e traz maior transparência ao mercado.

Mas… como funciona isso em termos práticos?

Como é o cliente quem controla seus dados, ele pode permitir que as SPOCs façam análises sobre seu perfil, unifiquem todos os seus dados espalhados pelo mercado e, na sequência, façam cotações de seguros automaticamente. 

Isso tudo, claro, é feito com base no que melhor atende ao seu perfil — e o processo se dá por meio das APIs padronizadas, que garantem a integração e a segurança dos dados.

Qual a importância da SPOC no mercado de seguros?

A importância das SPOCs no mercado de seguros está nos benefícios que traz, a começar pelo fato de suas várias finalidades.

Afinal, sendo uma participante do ecossistema que monta a carteira digital, uma SPOC faz comparações, portabilidade, informa o sinistro e tudo isso dentro de uma única plataforma.

Outro aspecto que mostra essa importância é a eficiência: as SPOCs automatizam processos, como buscar automaticamente uma nova oferta baseada no perfil de risco do cliente e no melhor preço das seguradoras, além de contratar apólices e processar sinistros.

Ah, e também tem a questão da segurança: com o modelo de Open Insurance, os dados ficam protegidos pela Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) — e isso sem mencionar que as SPOCs seguem rigorosos padrões de segurança cibernética.

Quem pode ser SPOC?

Só as corretoras de seguros e instituições iniciadoras de transação de pagamento podem se credenciar à SPOC.

Nesse sentido, os requisitos para ser uma SPOC são:

  • Corretoras de seguros: devem estar devidamente registradas na Susep e habilitadas para operar no ramo de seguros em que desejam atuar como SPOC;

  • Instituições iniciadoras de transação de pagamento: devem ser autorizadas pelo Banco Central do Brasil a prestar serviços de iniciação de pagamento.

Outras informações importantes sobre quem pode ser SPOC são que o credenciamento das SPOCs é feito pela SUSEP (ela avalia o cumprimento dos requisitos técnicos, operacionais e de segurança exigidos) e que a atuação das SPOCs é regulamentada pela Resolução CNSP 429/2021, que define as regras para o funcionamento do Open Insurance no Brasil.

Conclusão

Ao oferecer maior controle e autonomia, a SPOC permite que o usuário tome decisões mais informadas e conscientes sobre seus seguros. 

Além disso, também contribui para aumentar a transparência no mercado de seguros — além do mais, como abordado ao longo deste texto, ela facilita o acesso a informações relevantes e permite a comparação de diferentes opções de seguros, por exemplo.

Para finalizarmos, é importante destacar uma observação para as corretoras de seguro que desejam se tornar SPOCs. Para se integrarem ao mercado digital, é necessário que se preparem. Nesse sentido, Manuel Matos, VP da Fenacor, destaca: 

“Para que dados sejam autorizados e possam transitar entre os sistemas de seguros, é necessário adaptação tecnológica. Essa tecnologia permite o fluxo de dados entre clientes e seguradoras, e chamamos essa tecnologia de API”.

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